O título é forte! Seguramente que é! E talvez injusto para um ou outro dirigente sindical dos sindicatos filiados na UGT, mas como diz o Povo, na sua sabedoria ancestral, "quem não quer parecer lobo, não lhe veste a pele"! Mas como de “boas intenções está o inferno cheio” – não que eu tenha qualquer dúvida de que a assinatura do acordo por parte da UGT tenha sido bem intencionada, que não foi, e porque os patrões não são “maus” porque são “más pessoas”, a atribuição à UGT de tal epíteto de “sindicato nacional” deve-se apenas a que persegue o mesmo objectivo que essas criações salazaristas, o da maximização dos lucros empresariais, logo o aumento da exploração dos trabalhadores, tentando-os “capar” pelo medo da repressão!
Perante a actual ofensiva do capital contra os trabalhadores, guerra de classe esta que não está confinada a Portugal, os trabalhadores precisam de aprender a defenderem-se com todos os instrumentos à sua mão, sejam eles quais forem. É que a guerra está aí e quem não for capaz de assumir o combate será irremediavelmente afastado, deitado borda fora. Tal não significa, não deve nem pode significar atirarmo-nos de cabeça para qualquer acção, muito mesmo respondermos individualmente a qualquer acção ou provocação patronal. É tempo de juntar forças, de imaginar com toda a inteligência colectiva a resposta à guerra imposta pelo patronato, assentar-lhes golpes onde a sua força for mais fraca, utilizar a tática de “guerrilha” e só dar luta no campo que soubermos escolher.
O acordo assinado pela UGT, naturalmente que pelos patrões e pelo seu governo também, constitui a maior ataque que os trabalhadores portugueses sofreram desde que existem governos constitucionais. Se já pouco restava de Abril no mundo laboral o quadro criado permitirá aos patrões eliminar o que sobra se a resistência não se souber organizar. Não basta a existência de sindicatos que não traem os interesses dos trabalhadores, esta é uma condição necessária mas não suficiente. É preciso compreender que as condições de desenvolvimento do trabalho sindical na esmagadora maioria dos locais de trabalho vão retroceder para as que existiam no tempo do fascismo, isto é, para clandestinidade. Com patrões a poderem despedir quando querem e muito bem lhes apeteça, situação que de facto é a instituída pelo referido acordo, o medo da perseguição patronal, hoje já uma realidade em muitas empresas, vai-se estender à generalidade delas, fazendo com que os trabalhadores se retraiam totalmente em se empenharem em lutas pela defesa dos seus direitos, com medo do despedimento. A pressão para a realização de acordos locais, via comissões de delegados sindicais, também eles sujeitos à mesma pressão e ao mesmo receio, vai acentuar-se, pelo que a presença de sindicatos em muitas empresas vai tornar-se marginal, a contratação colectiva irá desaparecer a médio prazo, tirando a que é elaborada a contento do patronato e assinada pelos mesmos de sempre, os dirigentes dos novos sindicatos a soldo dos patrões.
Alguns dirão que pinto um quadro negro, que a nossa situação não é tão má quanto isso, etc. Querem que eu vos diga nome de empresas, nacionais e multinacionais, onde ser-se sindicalizado é sinónimo de desemprego na primeira oportunidade? Ou empresas onde a afirmação partidária é totalmente clandestina? Um dos casos que conheço é o de uma multinacional francesa na área dos equipamento eléctricos……
Quanto à argumentação que João Proença ontem utilizou para justificar a assinatura, a das ameaças que o governo terá utilizado, do que não duvido dada a matriz fascizante de toda a sua composição, acrescida da personalidade histriónica do ministro da economia, o tal que é capaz de falar sobre os assuntos mais sérios sempre com um sorriso cínico nas “beiças”, só posso dizer uma coisa: quando um dirigente sindical ou político demonstra tão elevado grau de cobardia, que se abaixa perante ameaças em vez de se erguer e de bater com a porta – sim, a verticalidade é um valor, coisa que esse senhor parece desconhecer, a única coisa decente que deve fazer é demitir-se! Mas resta outra hipótese, na minha opinião muitíssimo mais plausível: os dirigentes da UGT estão de alma e coração com a actual ofensiva patronal, nada diferenciando patrões, governo e tais sindicalistas. Faltará saber qual o “pagamento” que irão receber, agora dos trabalhadores, no futuro dos seus “patrões” patrões!
Pela minha parte, farei o que puder para assistir ao seu enterro!
O Grande Cagaço
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
O Primeiro Ministro, Sr, Passos Coelho e o uso indevido da lingua portuguesa
O "nosso" primeiro afirmou alto e com bom som, logo replicado pela comunicação "sucial" da situação, que os Portugueses tinham que empobrecer. Na verdade, o que ele quis e quer dizer é que alguns Portugueses terão que empobrecer, não todos, o que aliás é fácil de comprovar. Como tem sido useiro e vezeiro em "pedir" o nosso esforço, leia-se a nossa perda de salários, etc, querendo significar que apenas nos vai "sacar" mais algo, sempre aos mesmos, sempre aos salários!
Mas, vamos lá por partes, que talvez se chegue a bom porto!
Em primeiro lugar, afirmo alto e em bom som que só pela força me farão participar no "esforço nacional" para tapar os buracos abertos pela corrupção, pelo compadrio, pelos roubos tipo BPP e BPN, pelo nepotismo e pelo enriquecimento de salafrários, entre os quais está muita da "nata" deste País. Para falar depressa e bem, quero que essa gente se f***. Mas sei que em verdade quem se tem f***** somos nós, os que apenas dependem da venda da sua força de trabalho e mais alguns que ainda acreditam que vale a pena produzir em Portugal. Por isso, não me peçam, que eu jamais darei. Só por imposição! Aliás, não será daí que vem o nome "imposto"?
Em segundo lugar, chega de falar por meias verdades, que o resto é sempre mentira. Quando Passos Coelho refere que "temos que empobrecer", não está seguramente a falar dos patrões que se vão aboletar com mais meia hora de trabalho escravo por dia, sem pagarem o que quer que seja mas lucrando aproximadamente 7.000 milhões de euros para os seus "empobrecidos bolsitos". Não está a falar da sobretaxa de imposto prevista no OE para 2012 e relativa às empresas com mais de 10 m€ de lucros, 187 milhões de uros em 11.350 milhões de cortes e aumentos de receita fiscal - corresponde a 1,65 % do total dos cortes e aumentos de receitas! E não está seguramente a falar dos milhões que se pagam aos "pobrezitos" das PPP! Então, está a falar de quem? De quem trabalhou ou trabalha por contra de outrem, isto é dos reformados e dos trabalhadores no ativo e apenas desses. Vejamos:
i)-Se um trabalhador ganha o ordenado mínimo nacional, quando lhe aumentarem o horário semanal das 40 horas para as 42,5 horas, estão a empobrecer quem? Obviamente a diminuir o salário real do trabalhador, pois a meia hora a mais deveria ser paga como extraordinária, logo mais cara que a hora normal, mas nem paga é! Logo, a empobrecer o trabalhador!
ii)-quanto aos trabalhadores do Estado, ao roubarem-lhes o 13º. e o 14º.mês, uma conquista que data do tempo desse vulto da nossa história recente e personagem das mais odiadas pela troupe do dinheiro fácil, o infelizmente falecido Vasco Gonçalves, o governo está a empobrecer quem? Os banqueiros, que se aboletam de grandes somas de dinheiro à custa de juros usurários? Mais uma vez, não, são os trabalhadores do Estado que assim perdem 14 % do seu rendimento, não o patronato, não os banqueiros, esses permanecem intocáveis ou não tenham os seus homens e mulheres de mão em tudo que é governo!
iii) E a Classe Média? Bom, classe média é um género de albergue espanhol onde cabe pelos vistos tudo o que trabalha por conta de outrem e ganha mais do que 485 euros ilíquidos por mês. A Classe Média não existe, nunca existiu e nunca existirá como uma classe social. Existem sim estratos médios, com rendimentos e posicionamentos bem diversos, mas que hoje estão "dispensados (até ver, até ver!!!!) de terem o seu papel histórico de barreira à revolução social. Os técnicos, os quadros superiores, porque cada vez em maior números e com menos empregos, "compram-se" cada vez por um valor mais baixo, isto é, podem cortar à vontade (até ver, meus caros governantes e patrões, que às vezes o "destino" prega partidas), que haverá sempre um disposto à maior das baixezas para arrecadar mais umas migalhitas!
Na verdade, estamos perante opções claras. Os partidos que assinaram o acordo com a troika são, em maior ou menos grau, os mesmos que conduziram Portugal a este beco. Sim, estamos num beco, do qual só sairemos se derrubarmos a parede que nos veda o acesso ao progresso, parede essa feita de homens e mulheres cujo único móbil foi e é o de servirem os seus donos, os senhores do dinheiro. Foram eles que deixaram e até contribuíram de forma ativa para a destruição da nossa indústria, das pescas, da agricultura, sem nada terem criado em alternativa. Estiveram-se nas tintas para os seus concidadãos, apenas lhes interessou o encher a bolsa, o seu e o dos seus amigos e apaniguados. Construir, só construíram o que desse dinheiro às grandes empresas da construção civil, venderam o país ao preço mais baixo, o dos salários de miséria para a esmagadora maioria da população trabalhadora. Aí, foram do mais competente que houve!
A terminar, também acho que precisamos de empobrecer, sem com isso dizer juntar mais uns quantos milhares aos mais de 2.000.000 de pobres que por cá temos. Temos é que sacar o dinheiro indevidamente ganho por gente corrupta, pelos ladrões, alguns dos quais andaram e/ou têm andado à frente dos destinos do País, pelos patrões que praticando ordenados de miséria não deixam de aumentar as suas fortunas e o seu património de forma escandalosa, regra geral depositando grossas quantias de dinheiro em paraísos fiscais, pelos patrões que têm descapitalizado as suas empresas, levando-as muitas vezes a falências fraudulentas, ao mesmo tempo que transferem fortunas para paraísos fiscais e negócios para outras paragens mais lucrativas, etc., etc. Façamos tal e ver-se-á que não serão necessários grandes sacrifícios por parte de quem vendeu e vende a sua força de trabalho, como única forma de encontrar a sobrevivência!
Mas, vamos lá por partes, que talvez se chegue a bom porto!
Em primeiro lugar, afirmo alto e em bom som que só pela força me farão participar no "esforço nacional" para tapar os buracos abertos pela corrupção, pelo compadrio, pelos roubos tipo BPP e BPN, pelo nepotismo e pelo enriquecimento de salafrários, entre os quais está muita da "nata" deste País. Para falar depressa e bem, quero que essa gente se f***. Mas sei que em verdade quem se tem f***** somos nós, os que apenas dependem da venda da sua força de trabalho e mais alguns que ainda acreditam que vale a pena produzir em Portugal. Por isso, não me peçam, que eu jamais darei. Só por imposição! Aliás, não será daí que vem o nome "imposto"?
Em segundo lugar, chega de falar por meias verdades, que o resto é sempre mentira. Quando Passos Coelho refere que "temos que empobrecer", não está seguramente a falar dos patrões que se vão aboletar com mais meia hora de trabalho escravo por dia, sem pagarem o que quer que seja mas lucrando aproximadamente 7.000 milhões de euros para os seus "empobrecidos bolsitos". Não está a falar da sobretaxa de imposto prevista no OE para 2012 e relativa às empresas com mais de 10 m€ de lucros, 187 milhões de uros em 11.350 milhões de cortes e aumentos de receita fiscal - corresponde a 1,65 % do total dos cortes e aumentos de receitas! E não está seguramente a falar dos milhões que se pagam aos "pobrezitos" das PPP! Então, está a falar de quem? De quem trabalhou ou trabalha por contra de outrem, isto é dos reformados e dos trabalhadores no ativo e apenas desses. Vejamos:
i)-Se um trabalhador ganha o ordenado mínimo nacional, quando lhe aumentarem o horário semanal das 40 horas para as 42,5 horas, estão a empobrecer quem? Obviamente a diminuir o salário real do trabalhador, pois a meia hora a mais deveria ser paga como extraordinária, logo mais cara que a hora normal, mas nem paga é! Logo, a empobrecer o trabalhador!
ii)-quanto aos trabalhadores do Estado, ao roubarem-lhes o 13º. e o 14º.mês, uma conquista que data do tempo desse vulto da nossa história recente e personagem das mais odiadas pela troupe do dinheiro fácil, o infelizmente falecido Vasco Gonçalves, o governo está a empobrecer quem? Os banqueiros, que se aboletam de grandes somas de dinheiro à custa de juros usurários? Mais uma vez, não, são os trabalhadores do Estado que assim perdem 14 % do seu rendimento, não o patronato, não os banqueiros, esses permanecem intocáveis ou não tenham os seus homens e mulheres de mão em tudo que é governo!
iii) E a Classe Média? Bom, classe média é um género de albergue espanhol onde cabe pelos vistos tudo o que trabalha por conta de outrem e ganha mais do que 485 euros ilíquidos por mês. A Classe Média não existe, nunca existiu e nunca existirá como uma classe social. Existem sim estratos médios, com rendimentos e posicionamentos bem diversos, mas que hoje estão "dispensados (até ver, até ver!!!!) de terem o seu papel histórico de barreira à revolução social. Os técnicos, os quadros superiores, porque cada vez em maior números e com menos empregos, "compram-se" cada vez por um valor mais baixo, isto é, podem cortar à vontade (até ver, meus caros governantes e patrões, que às vezes o "destino" prega partidas), que haverá sempre um disposto à maior das baixezas para arrecadar mais umas migalhitas!
Na verdade, estamos perante opções claras. Os partidos que assinaram o acordo com a troika são, em maior ou menos grau, os mesmos que conduziram Portugal a este beco. Sim, estamos num beco, do qual só sairemos se derrubarmos a parede que nos veda o acesso ao progresso, parede essa feita de homens e mulheres cujo único móbil foi e é o de servirem os seus donos, os senhores do dinheiro. Foram eles que deixaram e até contribuíram de forma ativa para a destruição da nossa indústria, das pescas, da agricultura, sem nada terem criado em alternativa. Estiveram-se nas tintas para os seus concidadãos, apenas lhes interessou o encher a bolsa, o seu e o dos seus amigos e apaniguados. Construir, só construíram o que desse dinheiro às grandes empresas da construção civil, venderam o país ao preço mais baixo, o dos salários de miséria para a esmagadora maioria da população trabalhadora. Aí, foram do mais competente que houve!
A terminar, também acho que precisamos de empobrecer, sem com isso dizer juntar mais uns quantos milhares aos mais de 2.000.000 de pobres que por cá temos. Temos é que sacar o dinheiro indevidamente ganho por gente corrupta, pelos ladrões, alguns dos quais andaram e/ou têm andado à frente dos destinos do País, pelos patrões que praticando ordenados de miséria não deixam de aumentar as suas fortunas e o seu património de forma escandalosa, regra geral depositando grossas quantias de dinheiro em paraísos fiscais, pelos patrões que têm descapitalizado as suas empresas, levando-as muitas vezes a falências fraudulentas, ao mesmo tempo que transferem fortunas para paraísos fiscais e negócios para outras paragens mais lucrativas, etc., etc. Façamos tal e ver-se-á que não serão necessários grandes sacrifícios por parte de quem vendeu e vende a sua força de trabalho, como única forma de encontrar a sobrevivência!
terça-feira, 23 de agosto de 2011
O Fascismo, a ditadura do capital e a NATO
Para os que já têm uma “idadezita” algo mais "volumosa" e estão razoavelmente informados, não é novidade que a NATO nunca patrocinou a democracia, ao contrário do que muito apregoam os seus apaniguados. Nem no passado, nem no presente, nem no futuro, fosse em Portugal, na Grécia, seja no Afeganistão ou na Líbia.
Se provas fossem necessárias, basta ver o papel que o Portugal fascista de Salazar e de Caetano nela desempenharam. Mas se mais provas fossem necessárias, poder-se-ia recorrer ao "exemplar" golpes dos "coronéis" na Grécia, às perseguições na Turquia e, não esquecendo, às ameaças que sob o nosso País dos tempos da Revolução, pairaram.
Democracia para esses apaniguados significa apenas e exclusivamente o poder do Capital exercer-se livremente, com a participação de partidos fantoches, que não representam interesses antagónicos, são pelo contrário faces de uma mesma ideia, a da perpetuação da exploração dos trabalhadores pelos patrões!
O que seria engraçado, se não se tratasse de uma tentativa grotesca e grosseira de manipulação da realidade, é a tentativa de escamotear os interesses económicos que sempre foram a verdadeira razão de ser de tais regimes. Chegam mesmo, aqui nesta nossa lusa Pátria, alguns académicos a discutir se o regime de Salazar e de Caetano era ou não fascista, como se desconhecessem a participação, em maior ou menos grau, da pequena burguesia nos aparelhos de massas, seja a Legião, a Mocidade Portuguesa ou a simples participação nas suas realizações de massas. E, o que ainda é mais demonstrador da vontade política de esconder os interesses económicos existentes, única razão de ser do fascismo, chegam mesmo que não era fascismo, era tão somente um regime duro, serôdio, parolo porque anti-cosmopolita.
Passando à frente e admitindo que não é a designação, por verdadeira total ou parcialmente, que importa. O que importa verdadeiramente é que Salazar e Caetano eram fieis lacaios dos interesses da grande burguesia nacional, eles apenas governaram para que as grandes famílias ligadas aos interesses industriais, bancários e agro-pecuários, fosse na localização geográfica desta Europa, fosse em África, roubassem mais e mais ao Povo, praticando uma exploração inaudita. Tudo a coberto da NATO, a tal que foi criada para defender a democracia, seguramente que a dos patrões industriais, banqueiros e latifundiários.
Passados 37 anos após o 25 de Abril, o que se observa é que são os mesmos patrões industriais, banqueiros e latifundiários a mandar em Portugal, “nomeando” à vez lacaios ora do PS, ora do PSD, ora do CDS para serem os salvadores do momento. Tal como no tempo do fascismo, só que agora com o simulacro de eleições, onde aparentemente todos estão em igualdade. O que não corresponde nem de perto nem de longe à verdade! Ou não é verdade que os comentadores são criteriosamente escolhidos para reproduzirem a “verdade conveniente”? Ou não é verdade que os “jornalistas” mais não fazem do que serem noticiadores dessas mesmas “verdades convenientes”? Ou não é verdade que aos debates é sempre afastada ou, quando tal não é possível por escandaloso” menorizada a presença de perspectivas antagónicas a essa “verdade conveniente”?
Escrevi há algum tempo que a burguesia não tem NESTE MOMENTO necessidade de recorrer ao fascismo ou à ditadura porque o movimento popular está em clara retracção, contínua a resistir mas não conseguiu ultrapassar o “gueto” em que se encontra. Enquanto a burguesia, com a sua panóplia de políticos, de professores catedráticos, de jornalistas, de comentadores, de padres e do aparelho repressivo conseguirem dominar com “suavidade” as reivindicações económicas e políticas do movimento popular, não existirá o risco de uma qualquer ditadura. Mas, à mais pequena dúvida, que ninguém se equivoque, saltará para a arena um qualquer Salazar, um qualquer Hitler, um qualquer fascista, com luvas de pelica ou não, e a repressão será sangrenta. Até porque a margem dessa mesma burguesia será cada vez mais estreita.
A não ser que nos ponham, todos felizes e contentes, a beber água canalizada, em que previamente diluíram pílulas da felicidade!
Ou até que a “populaça” lhes quebre os dentes e assim deixem de morder! Porque esse dia virá, mais cedo ou mais tarde!
Se provas fossem necessárias, basta ver o papel que o Portugal fascista de Salazar e de Caetano nela desempenharam. Mas se mais provas fossem necessárias, poder-se-ia recorrer ao "exemplar" golpes dos "coronéis" na Grécia, às perseguições na Turquia e, não esquecendo, às ameaças que sob o nosso País dos tempos da Revolução, pairaram.
Democracia para esses apaniguados significa apenas e exclusivamente o poder do Capital exercer-se livremente, com a participação de partidos fantoches, que não representam interesses antagónicos, são pelo contrário faces de uma mesma ideia, a da perpetuação da exploração dos trabalhadores pelos patrões!
O que seria engraçado, se não se tratasse de uma tentativa grotesca e grosseira de manipulação da realidade, é a tentativa de escamotear os interesses económicos que sempre foram a verdadeira razão de ser de tais regimes. Chegam mesmo, aqui nesta nossa lusa Pátria, alguns académicos a discutir se o regime de Salazar e de Caetano era ou não fascista, como se desconhecessem a participação, em maior ou menos grau, da pequena burguesia nos aparelhos de massas, seja a Legião, a Mocidade Portuguesa ou a simples participação nas suas realizações de massas. E, o que ainda é mais demonstrador da vontade política de esconder os interesses económicos existentes, única razão de ser do fascismo, chegam mesmo que não era fascismo, era tão somente um regime duro, serôdio, parolo porque anti-cosmopolita.
Passando à frente e admitindo que não é a designação, por verdadeira total ou parcialmente, que importa. O que importa verdadeiramente é que Salazar e Caetano eram fieis lacaios dos interesses da grande burguesia nacional, eles apenas governaram para que as grandes famílias ligadas aos interesses industriais, bancários e agro-pecuários, fosse na localização geográfica desta Europa, fosse em África, roubassem mais e mais ao Povo, praticando uma exploração inaudita. Tudo a coberto da NATO, a tal que foi criada para defender a democracia, seguramente que a dos patrões industriais, banqueiros e latifundiários.
Passados 37 anos após o 25 de Abril, o que se observa é que são os mesmos patrões industriais, banqueiros e latifundiários a mandar em Portugal, “nomeando” à vez lacaios ora do PS, ora do PSD, ora do CDS para serem os salvadores do momento. Tal como no tempo do fascismo, só que agora com o simulacro de eleições, onde aparentemente todos estão em igualdade. O que não corresponde nem de perto nem de longe à verdade! Ou não é verdade que os comentadores são criteriosamente escolhidos para reproduzirem a “verdade conveniente”? Ou não é verdade que os “jornalistas” mais não fazem do que serem noticiadores dessas mesmas “verdades convenientes”? Ou não é verdade que aos debates é sempre afastada ou, quando tal não é possível por escandaloso” menorizada a presença de perspectivas antagónicas a essa “verdade conveniente”?
Escrevi há algum tempo que a burguesia não tem NESTE MOMENTO necessidade de recorrer ao fascismo ou à ditadura porque o movimento popular está em clara retracção, contínua a resistir mas não conseguiu ultrapassar o “gueto” em que se encontra. Enquanto a burguesia, com a sua panóplia de políticos, de professores catedráticos, de jornalistas, de comentadores, de padres e do aparelho repressivo conseguirem dominar com “suavidade” as reivindicações económicas e políticas do movimento popular, não existirá o risco de uma qualquer ditadura. Mas, à mais pequena dúvida, que ninguém se equivoque, saltará para a arena um qualquer Salazar, um qualquer Hitler, um qualquer fascista, com luvas de pelica ou não, e a repressão será sangrenta. Até porque a margem dessa mesma burguesia será cada vez mais estreita.
A não ser que nos ponham, todos felizes e contentes, a beber água canalizada, em que previamente diluíram pílulas da felicidade!
Ou até que a “populaça” lhes quebre os dentes e assim deixem de morder! Porque esse dia virá, mais cedo ou mais tarde!
terça-feira, 9 de agosto de 2011
O PS, o Socialismo, o 25 de Abril, o PREC e o Capitalismo
Para quem, como eu, apanhou o fascismo em Portugal já na sua fase terminal, e militava nos movimentos estudantis, sabe perfeitamente bem que a Oposição existente e que dava o corpo ao manifesto era essencialmente constituída pelos militantes e apoiantes do Partido Comunista. A nível universitário, existiam alguns grupos da então chamada extrema-esquerda, sem qualquer implantação real fora das paredes das faculdades, os quais tinham não só uma boa implantação mas como eram muito activos na luta estudantil contra o colonialismo e o fascismo. Eram inexistentes quaisquer referências, seja nas universidades, seja fora delas ao que veio a constituir o PS a seguir ao 25 de Abril, a então ASP. Esta não efectuava qualquer trabalho, seja nas ruas, seja nas universidades, limitando-se os seus nomes mais sonantes a aparecer nos actos eleitorais de 1969 e de 1973 e a exílios mais ou menos dourados em diversas capitais europeias. É claro que existiam excepções, mas eram isso mesmo, excepções.
Com o golpe militar do 25 de Abril, logo transformado em revolução pelo Povo Português, todas essa gente chegou, desde os que viviam nos seus exílios dourados aos que lutavam na clandestinidade, passando pelos que desertaram do exército colonial. O que foi natural! Os que viviam nos seus exílios dourados, na sua esmagadora maioria militantes ou próximos do PS, começaram a participar com a "populaça" nas inúmeras iniciativas que tentavam arrasar a sociedade fascista em que vivíamos. Mas foi sol de pouca dura, pois rapidamente o medo a que o Povo quisesse o poder a sério, como dizia António Aleixo, rapidamente os fez cair no “lado certo” da barricada, afinal o lado onde já há muito tempo tinham caído, alguns deles mesmo desde o início da sua actividade política. E quando digo “desde cedo” foi logo a partir do momento que se aperceberam que a “maldita populaça” não se iria quere ficar pela mera mudança das “moscas”, queria mesmo ir mais longe! Desculpas, muitas, que o PC queria instaurar uma ditadura, etc., etc. Mas, se formos analisar os seus programas políticos e as suas afirmações, podemos verificar que esses senhores eram do mais radical que existia, sim, o socialismo é o caminho, que as nacionalizações já deviam ter sido feitas há muito, que a banca nacionalizada era um dos seu objectivos, que os ordenados deviam já ter subido mais, chegando-se ao ridículo do dirigente máximo do PSD, esse vulto do anti-fascismo de nome Emídio Guerreiro, afirmar que o seu partido era “marxista-leninista”, etc., etc. Cada qual se auto-designava como o mais revolucionário, o mais verdadeiro, aquele que iria conduzir o Povo à libertação da opressão!
Mas a realidade era outra e bem sinistra! A maioria deles, conluiados com pides e gentalha da extrema direita mais reaccionária, davam início ao maior período de ataques bombistas, incêndios de florestas, bombas em centros de trabalho de forças políticas de esquerda, carros de militantes de esquerda destruídos, tentativas de invasões de sedes partidárias de partidos de esquerda, assassínios tentados e alguns conseguidos, que se conheceu em Portugal. Gente importante do PS – refiro estes, pois continuam a afirmarem que “são de esquerda” tinha reuniões e contactos regulares e periódicos com os sectores fascistas, seja da Igreja Católica, seja do ELP/MDLP, seja das centrais de agitação e desestabilização dos países da Nato e dos respectivos serviços secretos, os quais operavam em Portugal com total à vontade! Sempre com Mário Soares à cabeça, bem acolitado pelo inefável e incansável Manuel Alegre!
Tudo fizeram, a tudo se dispuseram, para aniquilar o movimento popular, organizado seja em comissões de moradores, em comissões de trabalhadores, em comissões de soldados!
Mas tinham algum programa alternativo a oferecer a tais movimentos? Tinham, a sua extinção pura e simples, que isto da política é para gente culta e sabedora, ao Povo apenas se deixa que vote, o mais possível enquadrado, seja pela Igreja, seja pela Comunicação Social, seja pelo medo. Esse o verdadeiro programa alternativo da libertação que PS propunha de facto! O poder aos doutores, aos caciques, que estes estão muito bem informados e, sobretudo, sabem bem quais os interesses a defender!
Foi sempre assim! O PS de facto nunca foi mais do que uma organização ao serviço dos interesses da nova e velha burguesia. Velha, pois Mário Soares sempre viveu bem e sempre recebeu as prebendas do Grupo Mello, enquanto seu advogado, nomeadamente no exílio em S. Tomé, nova pois rapidamente deu cobertura a todo o novo-riquismo e à corrupção com que muitos engrandeceram o seu património. Papel que nunca largou.
Não está em causa o papel que muitos velhos dirigentes do PS tiveram na luta contra o fascismo, mesmo que só de cátedra! Eu mesmo tive como advogado Francisco Salgado Zenha, a defender-me num processo político em 1973. O que está em causa é que ser-se contra o fascismo, o que era positivo e constituiu a essência de muita gente, não significa que se seja pela libertação da opressão e da exploração. Nesse grupo de anti-fascistas, existia apenas o cimento da luta contra o regime, tudo o resto eram divergências, latentes ou não. Não eram anti-capitalistas, não eram contra a exploração do Homem pelo Homem, eram apenas contra o regime de Salazar e Caetano, alguns genuinamente por terem um espírito democrático, outros porque o regime fascista não permitia o “seu” desenvolvimento económico e, com isso, o seu enriquecimento!
Hoje, o PS em nada se diferencia da auto-designada direita, no que às questões económicas, políticas e sociais diz respeito. Tem um discurso diverso, pois a sua base eleitoral não é a mesma de um PSD ou dum CDS, mas a diferença fica-se aí, no discurso. Na prática, seja em Portugal ou nos outros países da EU, a social-democracia deixou de existir, o que não é pena alguma. Do ponto de vista filosófico, nada os distingue daqueles que se intitulam orgulhosamente de direita. Na política concreta e no que aos direitos liberdades e garantias diz respeito, para além da igualdade entre sexos, a sua acção tem-se caracterizado pelo ataque aos trabalhadores, fazendo pender claramente a favor dos patrões todo o quadro legal. Mesmo no que às liberdades diz respeito, o papel dos trabalhistas ingleses na sua miserável acção na Jugoslávia, no Iraque e no Afeganistão, a miserável atitude do PSOE na corrupção e no terrorismo de estado contra os independentistas bascos, o papel que o “nosso” PS teve desde o primeiro governo constitucional na recuperação do poder económico por parte das famílias que eram o sustentáculo e os principais beneficiários do regime fascista e colonialista de Salazar e Caetano e em várias das guerras imperialistas lançadas pelos usamericanos, inserem-se num fio condutor de gente que não traiu porque nunca esteve do lado da luta contra a opressão patronal e a exploração capitalista. Ontem, como hoje, quando votam a favor que os Portugueses entreguem à banca 47.000 milhões de euros, que todos vamos pagar, para que os seus amigos e apaniguados accionistas encham mais os bolsos e não se esqueçam deles, quando “amanhã perderem umas eleiçoizitas” e, com isso, os tachos!
O desplante com que atacam tudo o que lhes cheira a Abril do Povo e, de sorriso nos lábios e olhar cândido, se afirmam serem de esquerda, daria vontade de rir, não fora o destino perverso a que conduziram e conduzem o País – um local sem esperança para as novas gerações, a terem trabalho, quando o conseguem, mal pago, sem direitos, sem mais regalias que a da sobreviverem para amanhã poderem continuar a serem explorados, tudo para que os seus donos amealhem mais lucros, comprem mais carros de luxo, corrompam mais, pervertam tudo em que tocam! Sim, esse foi, é e será o objectivo de tão distintos “socialistas/sociais-democratas”, o de nos conduzirem ao redil!
Até que a “populaça” lhes quebre os dentes e as fuças!
Bibliografia: É muito variada e de sectores tão distintos, desde Paradela de Abreu, homem totalmente emaranhado com os pides e demais fascistas ao tempo do PREC, para além dos “cónegos Melo” e demais reaccionários, ao próprio Mário Soares, indo até Eduardo Dâmaso, Álvaro Cunhal e a João Varela Gomes. E muitos mais autores se poderão consultar e incluir. Interessante é o livro de Pedro Ramos de Almeida, “O Dicionário Político de Mário Soares” ou de como é mais fácil apanhar um mentiroso de que um coxo!
Com o golpe militar do 25 de Abril, logo transformado em revolução pelo Povo Português, todas essa gente chegou, desde os que viviam nos seus exílios dourados aos que lutavam na clandestinidade, passando pelos que desertaram do exército colonial. O que foi natural! Os que viviam nos seus exílios dourados, na sua esmagadora maioria militantes ou próximos do PS, começaram a participar com a "populaça" nas inúmeras iniciativas que tentavam arrasar a sociedade fascista em que vivíamos. Mas foi sol de pouca dura, pois rapidamente o medo a que o Povo quisesse o poder a sério, como dizia António Aleixo, rapidamente os fez cair no “lado certo” da barricada, afinal o lado onde já há muito tempo tinham caído, alguns deles mesmo desde o início da sua actividade política. E quando digo “desde cedo” foi logo a partir do momento que se aperceberam que a “maldita populaça” não se iria quere ficar pela mera mudança das “moscas”, queria mesmo ir mais longe! Desculpas, muitas, que o PC queria instaurar uma ditadura, etc., etc. Mas, se formos analisar os seus programas políticos e as suas afirmações, podemos verificar que esses senhores eram do mais radical que existia, sim, o socialismo é o caminho, que as nacionalizações já deviam ter sido feitas há muito, que a banca nacionalizada era um dos seu objectivos, que os ordenados deviam já ter subido mais, chegando-se ao ridículo do dirigente máximo do PSD, esse vulto do anti-fascismo de nome Emídio Guerreiro, afirmar que o seu partido era “marxista-leninista”, etc., etc. Cada qual se auto-designava como o mais revolucionário, o mais verdadeiro, aquele que iria conduzir o Povo à libertação da opressão!
Mas a realidade era outra e bem sinistra! A maioria deles, conluiados com pides e gentalha da extrema direita mais reaccionária, davam início ao maior período de ataques bombistas, incêndios de florestas, bombas em centros de trabalho de forças políticas de esquerda, carros de militantes de esquerda destruídos, tentativas de invasões de sedes partidárias de partidos de esquerda, assassínios tentados e alguns conseguidos, que se conheceu em Portugal. Gente importante do PS – refiro estes, pois continuam a afirmarem que “são de esquerda” tinha reuniões e contactos regulares e periódicos com os sectores fascistas, seja da Igreja Católica, seja do ELP/MDLP, seja das centrais de agitação e desestabilização dos países da Nato e dos respectivos serviços secretos, os quais operavam em Portugal com total à vontade! Sempre com Mário Soares à cabeça, bem acolitado pelo inefável e incansável Manuel Alegre!
Tudo fizeram, a tudo se dispuseram, para aniquilar o movimento popular, organizado seja em comissões de moradores, em comissões de trabalhadores, em comissões de soldados!
Mas tinham algum programa alternativo a oferecer a tais movimentos? Tinham, a sua extinção pura e simples, que isto da política é para gente culta e sabedora, ao Povo apenas se deixa que vote, o mais possível enquadrado, seja pela Igreja, seja pela Comunicação Social, seja pelo medo. Esse o verdadeiro programa alternativo da libertação que PS propunha de facto! O poder aos doutores, aos caciques, que estes estão muito bem informados e, sobretudo, sabem bem quais os interesses a defender!
Foi sempre assim! O PS de facto nunca foi mais do que uma organização ao serviço dos interesses da nova e velha burguesia. Velha, pois Mário Soares sempre viveu bem e sempre recebeu as prebendas do Grupo Mello, enquanto seu advogado, nomeadamente no exílio em S. Tomé, nova pois rapidamente deu cobertura a todo o novo-riquismo e à corrupção com que muitos engrandeceram o seu património. Papel que nunca largou.
Não está em causa o papel que muitos velhos dirigentes do PS tiveram na luta contra o fascismo, mesmo que só de cátedra! Eu mesmo tive como advogado Francisco Salgado Zenha, a defender-me num processo político em 1973. O que está em causa é que ser-se contra o fascismo, o que era positivo e constituiu a essência de muita gente, não significa que se seja pela libertação da opressão e da exploração. Nesse grupo de anti-fascistas, existia apenas o cimento da luta contra o regime, tudo o resto eram divergências, latentes ou não. Não eram anti-capitalistas, não eram contra a exploração do Homem pelo Homem, eram apenas contra o regime de Salazar e Caetano, alguns genuinamente por terem um espírito democrático, outros porque o regime fascista não permitia o “seu” desenvolvimento económico e, com isso, o seu enriquecimento!
Hoje, o PS em nada se diferencia da auto-designada direita, no que às questões económicas, políticas e sociais diz respeito. Tem um discurso diverso, pois a sua base eleitoral não é a mesma de um PSD ou dum CDS, mas a diferença fica-se aí, no discurso. Na prática, seja em Portugal ou nos outros países da EU, a social-democracia deixou de existir, o que não é pena alguma. Do ponto de vista filosófico, nada os distingue daqueles que se intitulam orgulhosamente de direita. Na política concreta e no que aos direitos liberdades e garantias diz respeito, para além da igualdade entre sexos, a sua acção tem-se caracterizado pelo ataque aos trabalhadores, fazendo pender claramente a favor dos patrões todo o quadro legal. Mesmo no que às liberdades diz respeito, o papel dos trabalhistas ingleses na sua miserável acção na Jugoslávia, no Iraque e no Afeganistão, a miserável atitude do PSOE na corrupção e no terrorismo de estado contra os independentistas bascos, o papel que o “nosso” PS teve desde o primeiro governo constitucional na recuperação do poder económico por parte das famílias que eram o sustentáculo e os principais beneficiários do regime fascista e colonialista de Salazar e Caetano e em várias das guerras imperialistas lançadas pelos usamericanos, inserem-se num fio condutor de gente que não traiu porque nunca esteve do lado da luta contra a opressão patronal e a exploração capitalista. Ontem, como hoje, quando votam a favor que os Portugueses entreguem à banca 47.000 milhões de euros, que todos vamos pagar, para que os seus amigos e apaniguados accionistas encham mais os bolsos e não se esqueçam deles, quando “amanhã perderem umas eleiçoizitas” e, com isso, os tachos!
O desplante com que atacam tudo o que lhes cheira a Abril do Povo e, de sorriso nos lábios e olhar cândido, se afirmam serem de esquerda, daria vontade de rir, não fora o destino perverso a que conduziram e conduzem o País – um local sem esperança para as novas gerações, a terem trabalho, quando o conseguem, mal pago, sem direitos, sem mais regalias que a da sobreviverem para amanhã poderem continuar a serem explorados, tudo para que os seus donos amealhem mais lucros, comprem mais carros de luxo, corrompam mais, pervertam tudo em que tocam! Sim, esse foi, é e será o objectivo de tão distintos “socialistas/sociais-democratas”, o de nos conduzirem ao redil!
Até que a “populaça” lhes quebre os dentes e as fuças!
Bibliografia: É muito variada e de sectores tão distintos, desde Paradela de Abreu, homem totalmente emaranhado com os pides e demais fascistas ao tempo do PREC, para além dos “cónegos Melo” e demais reaccionários, ao próprio Mário Soares, indo até Eduardo Dâmaso, Álvaro Cunhal e a João Varela Gomes. E muitos mais autores se poderão consultar e incluir. Interessante é o livro de Pedro Ramos de Almeida, “O Dicionário Político de Mário Soares” ou de como é mais fácil apanhar um mentiroso de que um coxo!
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
UM REGRESSO EM JEITO DE SUMÁRIO
O Mundo confronta-se hoje com um dos mais violentos ataques contra os direitos laborais, que passa pelos salários, pela dignidade dos trabalhadores, mas sobretudo pelo desmantelamento da capacidade de resposta que o movimento operário ainda consiga ter.
Todos as armas, todos os "pensadores oficiais", todos os professores catedráticos do sistema , toda esta "boa gente" paga a bom preço, de tudo se tem servido a burguesia - os banqueiros, os industriais, os comerciantes das cadeias de distribuição, para aumentar a sua taxa de lucro, a exploração que exerce a coberto do poder que detém no aparelho de Estado sobre os trabalhadores e sobre as camadas de micro, pequenos e médios patrões, estes também alvo da violenta concentração capitalista.
Perante este quadro, o movimento sindical demonstra a sua debilidade, seja pela existeência de sindicatos directamente dependentes dessa mesma burguesia, via dirigentes politicamente corruptos, verdadeiros lacaios do capital, mas também pela violenta desestruturação industrial e pela perseguição nos locais de trabalho aos sindicalizados. Acresce a este quadro, as debilidades do movimento sindical unitário, o único que tem enfrentado tais ataques, mas que não tem tido a capacidade de ultrapassar as suas limitações, até porque refém de contradições internas decorrentes da sua génese e dos compromissos existentes no seu seio. Também, o que não é negligenciável, de visões demasiado concentradas nas reivindicações de carácter económico.
Hoje, não se coloca no imediato o risco de um golpe fascista, que dê à burguesia a supremacia no comando do aparelho de estado, porque ela detêm-no e tem nas forças existentes na Assembleia da República que podem alterar todo o tecido constitucional a seu "bel prazer". A capacidade de resistência está num ponto demasiado baixo, estamos em claro refluxo, pesem as condições objectivas serem totalmente a favor do movimento operário e popular. A burguesia não precisa, por agora, do fascismo, para exercer a sua exploração, até porque a destruição interna da União Soviética, com todos os problemas, erros e desvios que possuia, retirou dos "olhos" do movimento operário e popular a existência do Socialismo em construção mesmo ao "nosso lado". Mas, se a burguesia não necessita "por agora" do fascismo, não se tenha qualquer dúvida de que não hesitará em recorrer a ele, seja na versão do "fascio" italiano, em que a pequena-burguesia teve um papel preponderante de tropa de choque contra o movimento operário e popular, seja na versão do golpe de estado ou ainda na da "democracia fortemente musculada", onde o que é permitido o é em circunstâncias que nunca se pode exercer, seja pelo medo instalado, seja mesmo pela perseguição e vigilância exercida pelas novas "pides".
É neste quadro que a actual situação vivida em Portugal se inscreve. E é igualmente neste quadro, infelizmente vivido à escala global, que se exercem as guerras comandadas pela burguesia ocidental, seja no passado na ex-Jugoslávia, seja hoje na Líbia, no Afeganistão, no Iraque ou em África, porque o desígnio imperial da burguesia hoje é transnacional e a luta que está a travar contra a China exerce-se em todos esses teatros de guerra para a afastar das fontes das matérias primas base para o seu desenvolvimento económico. Por enquanto, essa burguesia ocidental mantém-se em "jogos de guerra" indirectos, martirizando populações inteiras e destruindo paises, evitando um confronto aberto - as armas nucleares existem e a extinção da vida será sempre uma ameaça real. Quanto à China, esta não tem exércitos nem bases militares fora das suas fronteiras, ao invés das forças usaamericanas e dos seus lacaios europeus, mas continua a desenvolver a sua capacidade de defesa, o que já constitui um forte sinal de alarme, mas seguramente de dissuasão, para tal burgesia, a quem a sede do lucro raramente faz temer o pior, como já demonstrou ao longo da História. Só o medo da sua superação e da sua extinção enquanto classe detentora do poder, a faz perder o "norte"!
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O Mundo confronta-se hoje com um dos mais violentos ataques contra os direitos laborais, que passa pelos salários, pela dignidade dos trabalhadores, mas sobretudo pelo desmantelamento da capacidade de resposta que o movimento operário ainda consiga ter.
Todos as armas, todos os "pensadores oficiais", todos os professores catedráticos do sistema , toda esta "boa gente" paga a bom preço, de tudo se tem servido a burguesia - os banqueiros, os industriais, os comerciantes das cadeias de distribuição, para aumentar a sua taxa de lucro, a exploração que exerce a coberto do poder que detém no aparelho de Estado sobre os trabalhadores e sobre as camadas de micro, pequenos e médios patrões, estes também alvo da violenta concentração capitalista.
Perante este quadro, o movimento sindical demonstra a sua debilidade, seja pela existeência de sindicatos directamente dependentes dessa mesma burguesia, via dirigentes politicamente corruptos, verdadeiros lacaios do capital, mas também pela violenta desestruturação industrial e pela perseguição nos locais de trabalho aos sindicalizados. Acresce a este quadro, as debilidades do movimento sindical unitário, o único que tem enfrentado tais ataques, mas que não tem tido a capacidade de ultrapassar as suas limitações, até porque refém de contradições internas decorrentes da sua génese e dos compromissos existentes no seu seio. Também, o que não é negligenciável, de visões demasiado concentradas nas reivindicações de carácter económico.
Hoje, não se coloca no imediato o risco de um golpe fascista, que dê à burguesia a supremacia no comando do aparelho de estado, porque ela detêm-no e tem nas forças existentes na Assembleia da República que podem alterar todo o tecido constitucional a seu "bel prazer". A capacidade de resistência está num ponto demasiado baixo, estamos em claro refluxo, pesem as condições objectivas serem totalmente a favor do movimento operário e popular. A burguesia não precisa, por agora, do fascismo, para exercer a sua exploração, até porque a destruição interna da União Soviética, com todos os problemas, erros e desvios que possuia, retirou dos "olhos" do movimento operário e popular a existência do Socialismo em construção mesmo ao "nosso lado". Mas, se a burguesia não necessita "por agora" do fascismo, não se tenha qualquer dúvida de que não hesitará em recorrer a ele, seja na versão do "fascio" italiano, em que a pequena-burguesia teve um papel preponderante de tropa de choque contra o movimento operário e popular, seja na versão do golpe de estado ou ainda na da "democracia fortemente musculada", onde o que é permitido o é em circunstâncias que nunca se pode exercer, seja pelo medo instalado, seja mesmo pela perseguição e vigilância exercida pelas novas "pides".
É neste quadro que a actual situação vivida em Portugal se inscreve. E é igualmente neste quadro, infelizmente vivido à escala global, que se exercem as guerras comandadas pela burguesia ocidental, seja no passado na ex-Jugoslávia, seja hoje na Líbia, no Afeganistão, no Iraque ou em África, porque o desígnio imperial da burguesia hoje é transnacional e a luta que está a travar contra a China exerce-se em todos esses teatros de guerra para a afastar das fontes das matérias primas base para o seu desenvolvimento económico. Por enquanto, essa burguesia ocidental mantém-se em "jogos de guerra" indirectos, martirizando populações inteiras e destruindo paises, evitando um confronto aberto - as armas nucleares existem e a extinção da vida será sempre uma ameaça real. Quanto à China, esta não tem exércitos nem bases militares fora das suas fronteiras, ao invés das forças usaamericanas e dos seus lacaios europeus, mas continua a desenvolver a sua capacidade de defesa, o que já constitui um forte sinal de alarme, mas seguramente de dissuasão, para tal burgesia, a quem a sede do lucro raramente faz temer o pior, como já demonstrou ao longo da História. Só o medo da sua superação e da sua extinção enquanto classe detentora do poder, a faz perder o "norte"!
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quarta-feira, 25 de maio de 2011
A Comunicação Social e a forma de "vender" conceitos ideológicos reaccionários
A TSF tem andado a colocar algumas perguntas aos candidatos a primeiro-ministro. Uma das que foram colocadas referia-se ao eventual limite ao investimento público e à carga que tal traria sobre as gerações futuras.
Antes de tecer considerações sobre o investimento público, se sim, se não, em que condições, etc, não posso deixar passar mais uma tentativa, a meu ver totalmente criminosa e que levaria à guerra geracional se não frontalmente combatida, que é a da carga que o investimento público traria ou trará sobre as gerações futuras, as dos nossos filhos e netos.
Qual é o investimento que nunca é pago TAMMBÉM pelas gerações futuras? Apenas o que se traduz em bens transaccionáveis e de curto prazo, todos os outros serão pagos por diversas gerações. Quer se trate de um hospital, de uma universidade, de um porto, de uma linha férrea, todos são construídos para durarem o tempo de mais de uma geração. Usufruirão deles não só as gerações actuais como as futuras. Daí ser totalmente “estúpida” a colocação da questão nos termos em que o é. Tal como nós, a geração que hoje anda pelos 60 anos, pagou e paga investimentos feitos nos tempos dos nossos pais, assim os nossos filhos deverão pagar investimentos feitos hoje, e os seus filhos pagarão investimentos feitos daqui a 10, 20 anos. E tal só não aconteceria se tais investimentos o fossem na regra do curto prazo. Mas, haverá algum governante que construa um hospital a pensar que ele só durará 10, 20 anos? Não. Bastará lembrar os hospitais universitários, como o de Santa Maria, em Lisboa, construído há mais de 50 anos. Quantas gerações?
Mas considerar como meramente "estupidez" a utilização de tal argumentário e não ver o essencial, que é o da instilação de uma determinada ideologia, onde se "prega" o cada um por si, logo o "eu contra os outros"! Eis a verdadeira razão!
Quanto à pergunta, na essência existem 2 pontos de vista:
-o primeiro, partilhado pelos defensores do capitalismo puro e duro, seja na versão liberal do "quero, posso e mando" patronal, defendida por Pedro Passos Coelho e por Paulo Postas, sem esquecer a versão delicodoce da actual e anteriores direcções do PS, em que ao Estado apenas reservam o papel de espectador de facto, por muitas entidades reguladoras criadas. Para esse grupo, aparentemente algo heterogéneo, o investimento público deve ser limitado, com a variante da limitação desaparecer quando se trate de transferir dinheiro do estado para os grupos económicas, como é o caso das afamadas Parcerias Público-Privados, iniciadas por Cavaco Silva no tempo da construção da Ponte Vasco da Gama e levadas à exaustão pela direcção de Socrates, não esquecendo Durões e Portas, mais os seus submarinos, helicópteros e sistemas de comunicações.
-o segundo é partilhado pelos defensores do socialismo e da participação do Estado na vida económica via empresas estatais nos sectores considerados estratégicos - banca comercial, telecomunicações, energia, transportes, siderurgia, etc. Estes não vêem o limite a não ser o do interesse estratégico de cada projecto concreto para a população, não ignorando a capacidade ou não de o pagar. Cada hospital, cada escola, cada troço de ferrovia, cada barragem, são julgados em primeiro lugar pelo interesse estratégico para a comunidade nacional, não se podendo nem se devendo ignorar impactos em países vizinhos. Depois, ou existe a capacidade de o pagar no tempo de vida útil ou ter-se-á que reequacioná-lo, podendo a decisão ser de adiar ou mesmo de não efectuar tal investimento.
Se analisássemos apenas a capacidade de pagar cada investimento no tempo de vida da geração que o construiu, quantos hospitais, quantas escolas, quantas estradas teriam ficado por construir, com o inevitável mau serviço prestado às populações servidas? Ou será que apenas pretendem atirar netos contra avós e filhos contra pais? Para daí tirarem dividendos no curto prazo, com votações contra quem defendo o investimento público estratégico? Ou a médio prazo, para prepararem tais "jovens de hoje" para um modelo social tipo usamericano, em que largos milhões de cidadãos não têm acesso à saúde, ao ensino e à reforma após uma vida de trabalho, tudo a bem da saúde da economia dos ..... banquerios e demais parasitas sociais?
A TSF tem andado a colocar algumas perguntas aos candidatos a primeiro-ministro. Uma das que foram colocadas referia-se ao eventual limite ao investimento público e à carga que tal traria sobre as gerações futuras.
Antes de tecer considerações sobre o investimento público, se sim, se não, em que condições, etc, não posso deixar passar mais uma tentativa, a meu ver totalmente criminosa e que levaria à guerra geracional se não frontalmente combatida, que é a da carga que o investimento público traria ou trará sobre as gerações futuras, as dos nossos filhos e netos.
Qual é o investimento que nunca é pago TAMMBÉM pelas gerações futuras? Apenas o que se traduz em bens transaccionáveis e de curto prazo, todos os outros serão pagos por diversas gerações. Quer se trate de um hospital, de uma universidade, de um porto, de uma linha férrea, todos são construídos para durarem o tempo de mais de uma geração. Usufruirão deles não só as gerações actuais como as futuras. Daí ser totalmente “estúpida” a colocação da questão nos termos em que o é. Tal como nós, a geração que hoje anda pelos 60 anos, pagou e paga investimentos feitos nos tempos dos nossos pais, assim os nossos filhos deverão pagar investimentos feitos hoje, e os seus filhos pagarão investimentos feitos daqui a 10, 20 anos. E tal só não aconteceria se tais investimentos o fossem na regra do curto prazo. Mas, haverá algum governante que construa um hospital a pensar que ele só durará 10, 20 anos? Não. Bastará lembrar os hospitais universitários, como o de Santa Maria, em Lisboa, construído há mais de 50 anos. Quantas gerações?
Mas considerar como meramente "estupidez" a utilização de tal argumentário e não ver o essencial, que é o da instilação de uma determinada ideologia, onde se "prega" o cada um por si, logo o "eu contra os outros"! Eis a verdadeira razão!
Quanto à pergunta, na essência existem 2 pontos de vista:
-o primeiro, partilhado pelos defensores do capitalismo puro e duro, seja na versão liberal do "quero, posso e mando" patronal, defendida por Pedro Passos Coelho e por Paulo Postas, sem esquecer a versão delicodoce da actual e anteriores direcções do PS, em que ao Estado apenas reservam o papel de espectador de facto, por muitas entidades reguladoras criadas. Para esse grupo, aparentemente algo heterogéneo, o investimento público deve ser limitado, com a variante da limitação desaparecer quando se trate de transferir dinheiro do estado para os grupos económicas, como é o caso das afamadas Parcerias Público-Privados, iniciadas por Cavaco Silva no tempo da construção da Ponte Vasco da Gama e levadas à exaustão pela direcção de Socrates, não esquecendo Durões e Portas, mais os seus submarinos, helicópteros e sistemas de comunicações.
-o segundo é partilhado pelos defensores do socialismo e da participação do Estado na vida económica via empresas estatais nos sectores considerados estratégicos - banca comercial, telecomunicações, energia, transportes, siderurgia, etc. Estes não vêem o limite a não ser o do interesse estratégico de cada projecto concreto para a população, não ignorando a capacidade ou não de o pagar. Cada hospital, cada escola, cada troço de ferrovia, cada barragem, são julgados em primeiro lugar pelo interesse estratégico para a comunidade nacional, não se podendo nem se devendo ignorar impactos em países vizinhos. Depois, ou existe a capacidade de o pagar no tempo de vida útil ou ter-se-á que reequacioná-lo, podendo a decisão ser de adiar ou mesmo de não efectuar tal investimento.
Se analisássemos apenas a capacidade de pagar cada investimento no tempo de vida da geração que o construiu, quantos hospitais, quantas escolas, quantas estradas teriam ficado por construir, com o inevitável mau serviço prestado às populações servidas? Ou será que apenas pretendem atirar netos contra avós e filhos contra pais? Para daí tirarem dividendos no curto prazo, com votações contra quem defendo o investimento público estratégico? Ou a médio prazo, para prepararem tais "jovens de hoje" para um modelo social tipo usamericano, em que largos milhões de cidadãos não têm acesso à saúde, ao ensino e à reforma após uma vida de trabalho, tudo a bem da saúde da economia dos ..... banquerios e demais parasitas sociais?
sábado, 21 de agosto de 2010
Sionismo e Nazi-fascismo - a colaboração íntima - Quando os sionistas gritaram "Heil Hitler"!
Pela importância histórica, aqui fica uma resenha sobre o livro “Sionismo y fascismo. El sionismo en la época de los dictadores”, de Lenni Brenner. De notar que, no Congresso Sionista efectuado em Lucerna, Suiça, em 1935, os sionistas que hoje são os que se aproveitam do genocídeo perpretado pelos nazis contra comunistas, social-democratas, judeus, ciganos, sérvios e soviéticos - ler a obra do autor Norman Finklestein - A Industria do Holocausto, Editorial Antígona (2001) para tudo fazerem, praticando o genocídio sobre a população palestiniana, na altura membros do Partido do Estado Judaico, acabaram as sessões a gritarem, de braço e mão esticada, "Heil Hitler"!
HMagalhães
“Sionismo y fascismo. El sionismo en la época de los dictadores”, de Lenni Brenner es de los libros que se deben consultar y recomendar. Más allá, todo hay que decirlo, de algunas discrepancias que se presenten debido a la interpretación que de algunos acontecimientos históricos hace el autor (sobre la política seguida por los comunistas y socialdemócratas en Alemania en tiempos de Hitler, sobre la posición de la Unión Soviética, sobre la participación de extranjeros en la guerra en España…) lo cierto es que aplicándose a los documentos y datos concretos sobre el sionismo, sus relaciones distantes con el judaísmo, cuando no han sido enemigos, sus acuerdos con Inglaterra para hacerse con Palestina, y sus acuerdos con el nazismo, en esos aspectos el libro es toda una aportación al conocimiento de la realidad histórica y un medio para comprender, tener criterio ajustado a la realidad presente en Palestina.
El libro, por primera vez publicado en el Estado español, es un clásico mundial; editado y vuelto a editar ha sido objeto de estudio en todas las latitudes y ha recibido el bombardeo sionista como otros de importancia similar, lea por ejemplo “La industria del Holocausto”, de Norman Filkenstein, en Editorial Siglo XXI; “La resistencia interior. Historia de la oposición judía al sionismo”, de Yakov M. Rabkin, en Editorial Hiru; “La expulsión de los palestinos”, de Nur Masalha, en Editorial Bósforo; “Israel-Palestina”, de Alain Gresh. Para ponerse al día en la política que lleva a cabo el gobierno español con respecto al pueblo palestino, con la firma de Zapatero, no deje pasar la oportunidad de leer el artículo publicado en rebelion.org el día 17-06-2010 titulado: “Un informe analiza con detalle los actores, las empresas, el comercio de armas y las vinculaciones militares. España-Israel: Relaciones en materia militar armamentista y de seguridad”. Si fuésemos al terreno de la narrativa y la poesía creo imprescindible mencionar una novela fundamental en la literatura europea: “La estética de la resistencia”, de Peter Weis, en Editorial Hiru; también deberíamos tener a mano “Palestina. El hilo de la memoria”, de Teresa Aranguren, en Editorial Caballo de Troya; aquí debería estar un buen número de poetas palestinos empezando por Mahmud Darwis, pero lo dejamos aquí para volver a “Sionismo y fascismo. El sionismo en la época de los dictadores; abre sus páginas con varios párrafos terribles escritos por los sionistas sobre los judíos, las direcciones donde aparecieron y la aclaración pertinente de que no fueron escritos por los nazis. Seguidamente nos pone en la línea de las incompatibilidades entre judíos y sionistas, aunque aprovechándose de la oscuridad producida por la Segunda Guerra Mundial, los sionistas, judíos de ultraderecha, han mezclado sionismo y judaísmo para sacar beneficio político de ello. Si judaísmo y sionismo son visiones distintas, ¿con qué ideología y con quién o quiénes es compatible el sionismo? Y aquí es donde Lenni Brenner abre las grandes puertas, sin dejar al margen las responsabilidades de los gobiernos europeos y estadounidense con respecto a los judíos perseguidos por los nazis… y los sionistas.
El sionismo si con algo es compatible es con el nazismo. El libro no toca la situación de Palestina y del pueblo palestino, no es su objeto de estudio, el libro se centra en el conocimiento de la creación de las fuerzas sionistas, su postulado político de dominio colonial dictatorial, sus acuerdos comerciales y terroristas con Hitler, y su colaboración con las fuerzas políticas, económicas y militares más reaccionarias que encuentra en su camino para apropiarse de Palestina bajo un pretexto bíblico que adoptan como justificación, a eso suman concepciones racistas como la raza elegida por Dios, a los que Dios ha rebelado su verdad y otras zarandajas de corte nazi que se atribuyen. Toda la verborrea de nazis, fascistas y franquistas les sirve para presentarse bajo la pátina de normalidad, y tiranizar con las armas al pueblo palestino apropiándose de su tierra.
Si el antisemitismo era una constante entre los gobiernos capitalistas que entraban en el siglo XX, el sionismo los apoyó con la idea de obtener de ellos el respaldo suficiente para tomar Palestina, así, tras la Primera Guerra Mundial hicieron acuerdos de colaboración contra la naciente revolución soviética que, precisamente, no era antisemita; lo cuenta Lenni Brenner: “El bolchevismo, una ideología opuesta fundamentalmente al sionismo, había tomado el poder en Petersburgo y estaba siendo enfrentado por la Guardia Blanca zarista y por fuerzas ucranianas, polacas y bálticas financiadas por Gran Bretaña, Estados Unidos, Francia y Japón. La contrarrevolución se componía de muchos elementos que tenían una larga tradición de antisemitismo y pogromos”. La Declaración de Balfour fue un apoyo a los sionistas para su instalación en Palestina y los sionistas “entendieron que el gobierno británico consideraba como su principal prioridad el aplastamiento de los bolcheviques, lo cual obligaba a portarse adecuadamente en sus actividades en el volátil escenario de Europa del Este”.
Bajo la consigna de “Sangre y suelo” guiaron su política y procuraron carne judía para los gobiernos antisoviéticos que necesitaban culpables de las crisis del capitalismo, y si combatían al movimiento obrero, a los comunistas, los judíos formaron siempre parte del paquete. La sangre estaba entregada a cambio de que les procurasen la colonización de Palestina.
Los escritos de clásicos sionistas dicen que los judíos no son “ni nación, ni pueblo, ni humanos” (Micah Yosef Berdichevsky); son “gitanos, perros, sucios, inhumanos, perros heridos” (Yosef Chaim Brenner); son “parásitos, gente básicamente inútil” (A.D. Gordon), entre su verborrea incluían que los judíos se merecían lo que les pasaba porque habían perdido su carácter como pueblo, se integraban con los demás, no mantenían la limpieza de sangre ni la limpieza económica, por ahí pasaba su antisemitismo. Los historiadores sionistas escribían, dice Brenner, que los antisemitas no tenían la culpa, sino los judíos y su desgracia de vivir en el exilio. Los sionistas discurseaban que vivir fuera de Palestina era la causa principal del antisemitismo, y que recobrarla era la única solución a la cuestión judía. Esa elaboración política hacía de los sionistas una fuente de alimentación de los gobiernos antisemitas y un apoyo incondicional de los nazis… tras su ocupación del gobierno alemán, y antes también: “Hitler… el 6 de junio de 1920 declaró que Palestina era el lugar adecuado para los judíos y que sólo allí podían esperar la consecución de sus derechos”. El discurso de los sionistas no estaba lejos del de Hitler, fíjense en lo que escribía Jacob Klatzin, sionista autor de la Enciclopedia Judaica: “Si no admitimos la legitimidad del antisemitismo, negamos la legitimidad de nuestro propio nacionalismo. …En lugar de establecer asociaciones de defensa contra los antisemitas, que quieren reducir nuestros derechos, debemos establecer asociaciones de defensa contra… los que desean defender nuestros derechos”. De esta manera sostenían los sionistas que los judíos fuera de Palestina se merecían lo que les pasase porque eran intrusos en los demás Estados. Por eso las organizaciones judías de izquierda comunista consideraban a los sionistas “un eco de la línea nazi”; Brenner continúa diciendo que “la derrota del nazismo habría ocurrido si los judíos se hubiesen unido a la clase obrera antinazi”, pero los sionistas ensuciaban el agua entre los judíos y ayudando a Hitler, que organizó mítines anticomunistas para advertir a los jóvenes judíos del peligro de los “asimilacionistas rojos”.
Si los sionistas llegaron a acuerdos con los nazis, antes habían mantenido las mejores relaciones con Mussolini y lo plasmaron en escritos como este de Michael Ledeen: “…en el pasado pudieron surgir incertidumbres acerca de la verdadera naturaleza del fascismo, pero ahora comenzamos a entender su verdadera naturaleza… los verdaderos judíos nunca han luchado contra ustedes”.
La respuesta entre las filas judías de izquierda cuajó en un boicot a la Alemania nazi, y eso que podríamos pensar que parecía bien a los gobiernos europeos y estadounidense, sin embargo hizo que mostrasen los rasgos ocultos hasta entonces, se inquietaron y sus posiciones fueron de lo más diversas para sustanciarse en contra del boicot de una manera o de otra, curiosamente como los sionistas, que agitaban entre la población judía de los diversos países la idea de que era mejor no rebelarse, mientras, de acuerdo con los nazis, llevaban a Palestina a los judíos sionistas adinerados y que consideraban útiles, jóvenes sionistas con profesiones que denominaban constructivas, dejando para los hornos crematorios al resto de la población judía, que les había de servir de justificación histórica para la ocupación colonial de Palestina. La colaboración con los nazis en todos los terrenos, incluido el espionaje, se plasmó de diferentes formas, entre ellas se encuentra una medalla que Goebbels mandó acuñar, en una cara figura la esvástica, en el otro la estrella sionista; otro ejemplo hoy ocultado dice Brenner: “Un aspecto de las leyes (Leyes de Nuremberg, septiembre de 1935, legislación antijudía previa a la Segunda Guerra Mundial) fue el hecho de que …sólo se permitieron dos banderas en el Tercer Reich, la de la esvástica y la azul y blanca sionista”; otro ejemplo es el permiso de la Gestapo en 1935 para que las organizaciones sionistas “utilicen uniformes de puertas adentro porque … su actividad sincera … se cruza con la intención del gobierno del Reich de sacar de Alemania a los judíos.
Las declaraciones programáticas de los sionistas en torno al establecimiento del Estado sionista son numerosísimas, Polkes, dirigente sionista que negocia con las SS el 10 de octubre de 1937, les declara: “El Estado sionista se debe establecer por todos los medios y tan pronto como sea posible”. En 1923, Jabotinsky, dirigente sionista, escribió su tesis sobre la ocupación de Palestina “El muro de hierro (nosotros y los árabes)” donde decía: “La colaboración se debe terminar o implementar contra los deseos de la población nativa. Esta colonización puede, por tanto, continuar y desarrollarse sólo bajo la protección de una fuerza independiente de la población local, un muro de hierro que la población nativa no pueda romper. Ésta es, al completo, nuestra política hacia los árabes. Una reconciliación voluntaria con los árabes está fuera de cuestión ahora o en el futuro cercano”.
Hubo sionistas que esperaban algún acuerdo de paz apoyándose en los ocupantes británicos de Palestina, y Jabotinsky les contestó: “Si quieres colonizar una tierra en la que ha hay un pueblo que la habita, debes procurar una guarnición militar para esa tierra, o encontrar algún 'hombre rico' o benefactor que provea esa guarnición de tu parte. De lo contrario hay que cejar en el empeño, porque sin una fuerza armada que convierta en físicamente imposible cualquier intento de destruir o evitar esta colonización, la colonización es imposible, no 'difícil' ni 'peligrosa', sino ¡IMPOSIBLE! El sionismo es una aventura colonizadora y en consecuencia se mantiene o cae por la cuestión de la fuerza armada”.
Robert Geesler, otro sionista, escribe un artículo en el que termina diciendo: “Queremos un imperio judío. Igual que el italiano o el francés en el Mediterráneo, queremos un imperio judío”.
En el Congreso de 1935 que celebraron los sionistas en Lucerna las diferencias entre más moderados y radicales en torno a los acuerdos con los nazis y la transferencia de sionistas seleccionados a Palestina y la utilización de cemento alemán llevaron a los miembros del Partido del Estado Judío a gritar “¡Heil Hitler!” para cerrar filas.
En la documentación del Congreso sionista de 1937, se encuentra la declaración de Weizmann donde dice que quiere enviar a Palestina dos millones de jóvenes: “Los viejos pasarán; afrontaran su destino, o no. Ellos son polvo, polvo económico y moral en un mundo cruel. Dos millones, quizá menos, solo una parte sobrevivirá…”. En esa línea el 7 de diciembre de 1938, Ben Gurion, dirigente sionista laborista, declara: “Si yo supiera que es posible salvar a todos los niños de Alemania llevándolos a Inglaterra, y sólo a la mitad de ellos trasladándolos a Eretz Ysrael, optaría por la segunda alternativa”. El 17 de diciembre de 1938 se dirige al ejecutivo sionista: “Si los judíos tienen que elegir entre los refugiados, salvando a los judíos de los campos de concentración, o colaborar con un museo nacional en Palestina, la compasión se impondrá y toda la energía del pueblo será canalizada para rescatar a los judíos de diversos países. El sionismo será eliminado de la agenda, no sólo de la opinión pública mundial, en Gran Bretaña y los Estados Unidos, sino en la opinión pública judía de todas partes. Si permitimos una separación entre el problema de los refugiados y el problema palestino, estamos arriesgando la existencia del sionismo”.
En el libro, Brenner dedica un capítulo a la guerra en España, en él se dan cifras de nazis alemanes y fascistas italianos que se comparan con el número de internacionalistas, entre ellos judíos, que se pusieron de parte de la democracia republicana española; he de señalar que no son correctas esas cifras: hubo muchos más alemanes e italianos que brigadistas, de los que, por otro lado la cifra que se da es un poco elevada. A eso hay que añadir que los nazis alemanes y los fascistas italianos eran relevados cada pocos meses por tropas de refresco, mientras que los brigadistas no tuvieron relevo alguno ni se cubrieron sus bajas. Más aún, los brigadistas salieron de España antes de terminar la guerra, mientras que los nazi-fascistas permanecieron hasta después de la guerra.
Brenner señala la participación en las Brigadas Internacionales de 22 sionistas del sector laborista, y poco más adelante recoge un dato de la Enciclopedia del sionismo e Israel donde se dice que hubo “unos 400 comunistas”, miembros del Partido Comunista de Palestina, e indica que los sionistas participantes fueron a título individual desobedeciendo al movimiento sionista. Luego la participación al lado de la República vino de parte de comunistas palestinos y algunos sionistas que se desengancharon de su inicial organización colonial, pues como señala Brenner con las referencias al libro “Judíos y árabes en Palestina”, de julio de 1936: la ambición de los sionistas laboristas … era conquistar Palestina y dominar económicamente Oriente Medio”, y no sólo eso sino que su colaboración con los nazis les llevó en 1937, mediante una de sus organizaciones, a ofrecerse como espías para las SS.
Ya se ha dicho que la colaboración con los nazis se extendió a los campos más diversos, hubo inversiones en la Alemania nazi, hicieron de agencia comercial en el mundo de los productos alemanes para que se vendiesen saltándose el boicot internacional, participación en la Gestapo, colaboración política dentro y fuera de Alemania con los nazis, integración en el servicio de espionaje nazi, y todo esto dio como fruto en 1941 un documento hallado en la embajada alemana en Ankara (Turquía) titulado “Propuesta de la Organización Militar Nacional (NMO) relativa a la solución de la cuestión judía en Europa y la participación de la NMO en la guerra del lado de Alemania”, en el los sionistas hablan de los “intereses comunes” con los nazis y sus “aspiraciones”, de la “cooperación” entre las dos partes y del “establecimiento del estado judío histórico sobre una base nacional y totalitaria, y ligado mediante un tratado al Reich alemán… la NMO está estrechamente relacionada con los movimientos totalitarios de Europa en su ideología y estructura”.
Aprobado el Estado de Israel en Palestina en 1948 por las Naciones Unidas, las potencias occidentales Inglaterra, Francia y EEUU cuidaban así del capitalismo y sus intereses en Oriente Medio; Beguin puso de Ministro de Asuntos Exteriores a Shamir, reconocido asesino de Lord Moyne, ministro residente británico para Oriente, el 6 de noviembre de 1944, y el del conde Folke Bernadotte, mediador de las Naciones Unidas para Palestina, el 17 de septiembre de 1948”; Beguin homenajeó a la banda terrorista sionista Stern, eje central de NMO, con la emisión de sellos postales con el retrato de Shamir. “No hay mejor prueba de que la herencia de la colusión sionista con fascistas y nazis, y la filosofía subyacente, atraviesan el Israel contemporáneo”, declara Brenner, que finaliza con estas palabras: “Los sionistas nos recordarán la masacre de judíos perpetrada por Hitler, esperando que la simpatía hacia sus víctimas se transfiera a su Estado sionista. Y nos darán lecciones de “islamofascismo” desde el mufti (religioso palestino de Jerusalén que ante las provocaciones sionistas en el Muro intentó sublevar a los creyentes contra los sionistas) hasta el Irán actual”.
Para terminar recojo aquí la carta que Einstein, Hannah Arendt, Sidney Hook y otros hicieron llegar al New York Times en diciembre de 1948 denunciando a Beguin, Primer Ministro del sionista Estado de Israel: “Entre los fenómenos políticos más perturbadores de nuestro tiempo está la emergencia del Partido de la Libertad (Tunat HaHerut) en el reciente Estado de Israel, un partido político muy similar en su organización, métodos, filosofía política y mensaje social a los partidos nazi y fascista … Han predicado una mezcla de ultranacionalismo, misticismo religioso y superioridad racial … Han propuesto sindicatos corporativos según el modelo de la Italia fascista … A la luz de las consideraciones anteriores, es imperativo que se conozca en este país la verdad sobre Beguin y su movimiento. Es de lo más trágico que la cúpula del sionismo estadounidense haya rechazado hacer campaña en contra de los intentos de Beguin”.
Los resultados del sionazismo en Palestina-Gaza están presentes, son bien conocidos, duran ya 62 años, el pueblo palestino sigue resistiendo al colonialismo sionazista apoyado por las potencias capitalistas como modo de garantizar los intereses de sus multinacionales en el Medio Oriente. Los palestinos piden nuestra colaboración en el boicot a los productos sionistas, que en España se comercializan con el código de barras 729. Hay prevista una flota de barcos de ayuda a Gaza, consulte la página de Cultura y Paz, www.culturaypaz.org .
La lista de empresas que colaboran con Israel y las marcas que venden en España puede leerla en www.rebelion.org en el artículo del día 06-06-2010 titulado Productos israelíes comercializados en el Estado español”.
El libro de Brenner, con las discrepancias que puede levantar, aporta una documentación y un análisis del sionismo que sirve de aclaración a cualquier lector.
Título: Sionismo y fascismo. El sionismo en la época de los dictadores.
Autor: Lenni Brenner.
Traductor: Luis César Bou.
Editorial: Bósforo Libros (WWW.bosforolibros.com) (bosforo@bosforolibros.com).
Ramón Pedregal Casanova es autor de “Siete Novelas de la Memoria Histórica. Posfacios”, editado por Fundación Domingo Malagón y Asociación Foro por la Memoria (asociacion.foroporlamemoria@ yahoo.es) (www.foroporlamemoria.org)
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.
El libro, por primera vez publicado en el Estado español, es un clásico mundial; editado y vuelto a editar ha sido objeto de estudio en todas las latitudes y ha recibido el bombardeo sionista como otros de importancia similar, lea por ejemplo “La industria del Holocausto”, de Norman Filkenstein, en Editorial Siglo XXI; “La resistencia interior. Historia de la oposición judía al sionismo”, de Yakov M. Rabkin, en Editorial Hiru; “La expulsión de los palestinos”, de Nur Masalha, en Editorial Bósforo; “Israel-Palestina”, de Alain Gresh. Para ponerse al día en la política que lleva a cabo el gobierno español con respecto al pueblo palestino, con la firma de Zapatero, no deje pasar la oportunidad de leer el artículo publicado en rebelion.org el día 17-06-2010 titulado: “Un informe analiza con detalle los actores, las empresas, el comercio de armas y las vinculaciones militares. España-Israel: Relaciones en materia militar armamentista y de seguridad”. Si fuésemos al terreno de la narrativa y la poesía creo imprescindible mencionar una novela fundamental en la literatura europea: “La estética de la resistencia”, de Peter Weis, en Editorial Hiru; también deberíamos tener a mano “Palestina. El hilo de la memoria”, de Teresa Aranguren, en Editorial Caballo de Troya; aquí debería estar un buen número de poetas palestinos empezando por Mahmud Darwis, pero lo dejamos aquí para volver a “Sionismo y fascismo. El sionismo en la época de los dictadores; abre sus páginas con varios párrafos terribles escritos por los sionistas sobre los judíos, las direcciones donde aparecieron y la aclaración pertinente de que no fueron escritos por los nazis. Seguidamente nos pone en la línea de las incompatibilidades entre judíos y sionistas, aunque aprovechándose de la oscuridad producida por la Segunda Guerra Mundial, los sionistas, judíos de ultraderecha, han mezclado sionismo y judaísmo para sacar beneficio político de ello. Si judaísmo y sionismo son visiones distintas, ¿con qué ideología y con quién o quiénes es compatible el sionismo? Y aquí es donde Lenni Brenner abre las grandes puertas, sin dejar al margen las responsabilidades de los gobiernos europeos y estadounidense con respecto a los judíos perseguidos por los nazis… y los sionistas.
El sionismo si con algo es compatible es con el nazismo. El libro no toca la situación de Palestina y del pueblo palestino, no es su objeto de estudio, el libro se centra en el conocimiento de la creación de las fuerzas sionistas, su postulado político de dominio colonial dictatorial, sus acuerdos comerciales y terroristas con Hitler, y su colaboración con las fuerzas políticas, económicas y militares más reaccionarias que encuentra en su camino para apropiarse de Palestina bajo un pretexto bíblico que adoptan como justificación, a eso suman concepciones racistas como la raza elegida por Dios, a los que Dios ha rebelado su verdad y otras zarandajas de corte nazi que se atribuyen. Toda la verborrea de nazis, fascistas y franquistas les sirve para presentarse bajo la pátina de normalidad, y tiranizar con las armas al pueblo palestino apropiándose de su tierra.
Si el antisemitismo era una constante entre los gobiernos capitalistas que entraban en el siglo XX, el sionismo los apoyó con la idea de obtener de ellos el respaldo suficiente para tomar Palestina, así, tras la Primera Guerra Mundial hicieron acuerdos de colaboración contra la naciente revolución soviética que, precisamente, no era antisemita; lo cuenta Lenni Brenner: “El bolchevismo, una ideología opuesta fundamentalmente al sionismo, había tomado el poder en Petersburgo y estaba siendo enfrentado por la Guardia Blanca zarista y por fuerzas ucranianas, polacas y bálticas financiadas por Gran Bretaña, Estados Unidos, Francia y Japón. La contrarrevolución se componía de muchos elementos que tenían una larga tradición de antisemitismo y pogromos”. La Declaración de Balfour fue un apoyo a los sionistas para su instalación en Palestina y los sionistas “entendieron que el gobierno británico consideraba como su principal prioridad el aplastamiento de los bolcheviques, lo cual obligaba a portarse adecuadamente en sus actividades en el volátil escenario de Europa del Este”.
Bajo la consigna de “Sangre y suelo” guiaron su política y procuraron carne judía para los gobiernos antisoviéticos que necesitaban culpables de las crisis del capitalismo, y si combatían al movimiento obrero, a los comunistas, los judíos formaron siempre parte del paquete. La sangre estaba entregada a cambio de que les procurasen la colonización de Palestina.
Los escritos de clásicos sionistas dicen que los judíos no son “ni nación, ni pueblo, ni humanos” (Micah Yosef Berdichevsky); son “gitanos, perros, sucios, inhumanos, perros heridos” (Yosef Chaim Brenner); son “parásitos, gente básicamente inútil” (A.D. Gordon), entre su verborrea incluían que los judíos se merecían lo que les pasaba porque habían perdido su carácter como pueblo, se integraban con los demás, no mantenían la limpieza de sangre ni la limpieza económica, por ahí pasaba su antisemitismo. Los historiadores sionistas escribían, dice Brenner, que los antisemitas no tenían la culpa, sino los judíos y su desgracia de vivir en el exilio. Los sionistas discurseaban que vivir fuera de Palestina era la causa principal del antisemitismo, y que recobrarla era la única solución a la cuestión judía. Esa elaboración política hacía de los sionistas una fuente de alimentación de los gobiernos antisemitas y un apoyo incondicional de los nazis… tras su ocupación del gobierno alemán, y antes también: “Hitler… el 6 de junio de 1920 declaró que Palestina era el lugar adecuado para los judíos y que sólo allí podían esperar la consecución de sus derechos”. El discurso de los sionistas no estaba lejos del de Hitler, fíjense en lo que escribía Jacob Klatzin, sionista autor de la Enciclopedia Judaica: “Si no admitimos la legitimidad del antisemitismo, negamos la legitimidad de nuestro propio nacionalismo. …En lugar de establecer asociaciones de defensa contra los antisemitas, que quieren reducir nuestros derechos, debemos establecer asociaciones de defensa contra… los que desean defender nuestros derechos”. De esta manera sostenían los sionistas que los judíos fuera de Palestina se merecían lo que les pasase porque eran intrusos en los demás Estados. Por eso las organizaciones judías de izquierda comunista consideraban a los sionistas “un eco de la línea nazi”; Brenner continúa diciendo que “la derrota del nazismo habría ocurrido si los judíos se hubiesen unido a la clase obrera antinazi”, pero los sionistas ensuciaban el agua entre los judíos y ayudando a Hitler, que organizó mítines anticomunistas para advertir a los jóvenes judíos del peligro de los “asimilacionistas rojos”.
Si los sionistas llegaron a acuerdos con los nazis, antes habían mantenido las mejores relaciones con Mussolini y lo plasmaron en escritos como este de Michael Ledeen: “…en el pasado pudieron surgir incertidumbres acerca de la verdadera naturaleza del fascismo, pero ahora comenzamos a entender su verdadera naturaleza… los verdaderos judíos nunca han luchado contra ustedes”.
La respuesta entre las filas judías de izquierda cuajó en un boicot a la Alemania nazi, y eso que podríamos pensar que parecía bien a los gobiernos europeos y estadounidense, sin embargo hizo que mostrasen los rasgos ocultos hasta entonces, se inquietaron y sus posiciones fueron de lo más diversas para sustanciarse en contra del boicot de una manera o de otra, curiosamente como los sionistas, que agitaban entre la población judía de los diversos países la idea de que era mejor no rebelarse, mientras, de acuerdo con los nazis, llevaban a Palestina a los judíos sionistas adinerados y que consideraban útiles, jóvenes sionistas con profesiones que denominaban constructivas, dejando para los hornos crematorios al resto de la población judía, que les había de servir de justificación histórica para la ocupación colonial de Palestina. La colaboración con los nazis en todos los terrenos, incluido el espionaje, se plasmó de diferentes formas, entre ellas se encuentra una medalla que Goebbels mandó acuñar, en una cara figura la esvástica, en el otro la estrella sionista; otro ejemplo hoy ocultado dice Brenner: “Un aspecto de las leyes (Leyes de Nuremberg, septiembre de 1935, legislación antijudía previa a la Segunda Guerra Mundial) fue el hecho de que …sólo se permitieron dos banderas en el Tercer Reich, la de la esvástica y la azul y blanca sionista”; otro ejemplo es el permiso de la Gestapo en 1935 para que las organizaciones sionistas “utilicen uniformes de puertas adentro porque … su actividad sincera … se cruza con la intención del gobierno del Reich de sacar de Alemania a los judíos.
Las declaraciones programáticas de los sionistas en torno al establecimiento del Estado sionista son numerosísimas, Polkes, dirigente sionista que negocia con las SS el 10 de octubre de 1937, les declara: “El Estado sionista se debe establecer por todos los medios y tan pronto como sea posible”. En 1923, Jabotinsky, dirigente sionista, escribió su tesis sobre la ocupación de Palestina “El muro de hierro (nosotros y los árabes)” donde decía: “La colaboración se debe terminar o implementar contra los deseos de la población nativa. Esta colonización puede, por tanto, continuar y desarrollarse sólo bajo la protección de una fuerza independiente de la población local, un muro de hierro que la población nativa no pueda romper. Ésta es, al completo, nuestra política hacia los árabes. Una reconciliación voluntaria con los árabes está fuera de cuestión ahora o en el futuro cercano”.
Hubo sionistas que esperaban algún acuerdo de paz apoyándose en los ocupantes británicos de Palestina, y Jabotinsky les contestó: “Si quieres colonizar una tierra en la que ha hay un pueblo que la habita, debes procurar una guarnición militar para esa tierra, o encontrar algún 'hombre rico' o benefactor que provea esa guarnición de tu parte. De lo contrario hay que cejar en el empeño, porque sin una fuerza armada que convierta en físicamente imposible cualquier intento de destruir o evitar esta colonización, la colonización es imposible, no 'difícil' ni 'peligrosa', sino ¡IMPOSIBLE! El sionismo es una aventura colonizadora y en consecuencia se mantiene o cae por la cuestión de la fuerza armada”.
Robert Geesler, otro sionista, escribe un artículo en el que termina diciendo: “Queremos un imperio judío. Igual que el italiano o el francés en el Mediterráneo, queremos un imperio judío”.
En el Congreso de 1935 que celebraron los sionistas en Lucerna las diferencias entre más moderados y radicales en torno a los acuerdos con los nazis y la transferencia de sionistas seleccionados a Palestina y la utilización de cemento alemán llevaron a los miembros del Partido del Estado Judío a gritar “¡Heil Hitler!” para cerrar filas.
En la documentación del Congreso sionista de 1937, se encuentra la declaración de Weizmann donde dice que quiere enviar a Palestina dos millones de jóvenes: “Los viejos pasarán; afrontaran su destino, o no. Ellos son polvo, polvo económico y moral en un mundo cruel. Dos millones, quizá menos, solo una parte sobrevivirá…”. En esa línea el 7 de diciembre de 1938, Ben Gurion, dirigente sionista laborista, declara: “Si yo supiera que es posible salvar a todos los niños de Alemania llevándolos a Inglaterra, y sólo a la mitad de ellos trasladándolos a Eretz Ysrael, optaría por la segunda alternativa”. El 17 de diciembre de 1938 se dirige al ejecutivo sionista: “Si los judíos tienen que elegir entre los refugiados, salvando a los judíos de los campos de concentración, o colaborar con un museo nacional en Palestina, la compasión se impondrá y toda la energía del pueblo será canalizada para rescatar a los judíos de diversos países. El sionismo será eliminado de la agenda, no sólo de la opinión pública mundial, en Gran Bretaña y los Estados Unidos, sino en la opinión pública judía de todas partes. Si permitimos una separación entre el problema de los refugiados y el problema palestino, estamos arriesgando la existencia del sionismo”.
En el libro, Brenner dedica un capítulo a la guerra en España, en él se dan cifras de nazis alemanes y fascistas italianos que se comparan con el número de internacionalistas, entre ellos judíos, que se pusieron de parte de la democracia republicana española; he de señalar que no son correctas esas cifras: hubo muchos más alemanes e italianos que brigadistas, de los que, por otro lado la cifra que se da es un poco elevada. A eso hay que añadir que los nazis alemanes y los fascistas italianos eran relevados cada pocos meses por tropas de refresco, mientras que los brigadistas no tuvieron relevo alguno ni se cubrieron sus bajas. Más aún, los brigadistas salieron de España antes de terminar la guerra, mientras que los nazi-fascistas permanecieron hasta después de la guerra.
Brenner señala la participación en las Brigadas Internacionales de 22 sionistas del sector laborista, y poco más adelante recoge un dato de la Enciclopedia del sionismo e Israel donde se dice que hubo “unos 400 comunistas”, miembros del Partido Comunista de Palestina, e indica que los sionistas participantes fueron a título individual desobedeciendo al movimiento sionista. Luego la participación al lado de la República vino de parte de comunistas palestinos y algunos sionistas que se desengancharon de su inicial organización colonial, pues como señala Brenner con las referencias al libro “Judíos y árabes en Palestina”, de julio de 1936: la ambición de los sionistas laboristas … era conquistar Palestina y dominar económicamente Oriente Medio”, y no sólo eso sino que su colaboración con los nazis les llevó en 1937, mediante una de sus organizaciones, a ofrecerse como espías para las SS.
Ya se ha dicho que la colaboración con los nazis se extendió a los campos más diversos, hubo inversiones en la Alemania nazi, hicieron de agencia comercial en el mundo de los productos alemanes para que se vendiesen saltándose el boicot internacional, participación en la Gestapo, colaboración política dentro y fuera de Alemania con los nazis, integración en el servicio de espionaje nazi, y todo esto dio como fruto en 1941 un documento hallado en la embajada alemana en Ankara (Turquía) titulado “Propuesta de la Organización Militar Nacional (NMO) relativa a la solución de la cuestión judía en Europa y la participación de la NMO en la guerra del lado de Alemania”, en el los sionistas hablan de los “intereses comunes” con los nazis y sus “aspiraciones”, de la “cooperación” entre las dos partes y del “establecimiento del estado judío histórico sobre una base nacional y totalitaria, y ligado mediante un tratado al Reich alemán… la NMO está estrechamente relacionada con los movimientos totalitarios de Europa en su ideología y estructura”.
Aprobado el Estado de Israel en Palestina en 1948 por las Naciones Unidas, las potencias occidentales Inglaterra, Francia y EEUU cuidaban así del capitalismo y sus intereses en Oriente Medio; Beguin puso de Ministro de Asuntos Exteriores a Shamir, reconocido asesino de Lord Moyne, ministro residente británico para Oriente, el 6 de noviembre de 1944, y el del conde Folke Bernadotte, mediador de las Naciones Unidas para Palestina, el 17 de septiembre de 1948”; Beguin homenajeó a la banda terrorista sionista Stern, eje central de NMO, con la emisión de sellos postales con el retrato de Shamir. “No hay mejor prueba de que la herencia de la colusión sionista con fascistas y nazis, y la filosofía subyacente, atraviesan el Israel contemporáneo”, declara Brenner, que finaliza con estas palabras: “Los sionistas nos recordarán la masacre de judíos perpetrada por Hitler, esperando que la simpatía hacia sus víctimas se transfiera a su Estado sionista. Y nos darán lecciones de “islamofascismo” desde el mufti (religioso palestino de Jerusalén que ante las provocaciones sionistas en el Muro intentó sublevar a los creyentes contra los sionistas) hasta el Irán actual”.
Para terminar recojo aquí la carta que Einstein, Hannah Arendt, Sidney Hook y otros hicieron llegar al New York Times en diciembre de 1948 denunciando a Beguin, Primer Ministro del sionista Estado de Israel: “Entre los fenómenos políticos más perturbadores de nuestro tiempo está la emergencia del Partido de la Libertad (Tunat HaHerut) en el reciente Estado de Israel, un partido político muy similar en su organización, métodos, filosofía política y mensaje social a los partidos nazi y fascista … Han predicado una mezcla de ultranacionalismo, misticismo religioso y superioridad racial … Han propuesto sindicatos corporativos según el modelo de la Italia fascista … A la luz de las consideraciones anteriores, es imperativo que se conozca en este país la verdad sobre Beguin y su movimiento. Es de lo más trágico que la cúpula del sionismo estadounidense haya rechazado hacer campaña en contra de los intentos de Beguin”.
Los resultados del sionazismo en Palestina-Gaza están presentes, son bien conocidos, duran ya 62 años, el pueblo palestino sigue resistiendo al colonialismo sionazista apoyado por las potencias capitalistas como modo de garantizar los intereses de sus multinacionales en el Medio Oriente. Los palestinos piden nuestra colaboración en el boicot a los productos sionistas, que en España se comercializan con el código de barras 729. Hay prevista una flota de barcos de ayuda a Gaza, consulte la página de Cultura y Paz, www.culturaypaz.org .
La lista de empresas que colaboran con Israel y las marcas que venden en España puede leerla en www.rebelion.org en el artículo del día 06-06-2010 titulado Productos israelíes comercializados en el Estado español”.
El libro de Brenner, con las discrepancias que puede levantar, aporta una documentación y un análisis del sionismo que sirve de aclaración a cualquier lector.
Título: Sionismo y fascismo. El sionismo en la época de los dictadores.
Autor: Lenni Brenner.
Traductor: Luis César Bou.
Editorial: Bósforo Libros (WWW.bosforolibros.com) (bosforo@bosforolibros.com).
Ramón Pedregal Casanova es autor de “Siete Novelas de la Memoria Histórica. Posfacios”, editado por Fundación Domingo Malagón y Asociación Foro por la Memoria (asociacion.foroporlamemoria@
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.
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