UM REGRESSO EM JEITO DE SUMÁRIO
O Mundo confronta-se hoje com um dos mais violentos ataques contra os direitos laborais, que passa pelos salários, pela dignidade dos trabalhadores, mas sobretudo pelo desmantelamento da capacidade de resposta que o movimento operário ainda consiga ter.
Todos as armas, todos os "pensadores oficiais", todos os professores catedráticos do sistema , toda esta "boa gente" paga a bom preço, de tudo se tem servido a burguesia - os banqueiros, os industriais, os comerciantes das cadeias de distribuição, para aumentar a sua taxa de lucro, a exploração que exerce a coberto do poder que detém no aparelho de Estado sobre os trabalhadores e sobre as camadas de micro, pequenos e médios patrões, estes também alvo da violenta concentração capitalista.
Perante este quadro, o movimento sindical demonstra a sua debilidade, seja pela existeência de sindicatos directamente dependentes dessa mesma burguesia, via dirigentes politicamente corruptos, verdadeiros lacaios do capital, mas também pela violenta desestruturação industrial e pela perseguição nos locais de trabalho aos sindicalizados. Acresce a este quadro, as debilidades do movimento sindical unitário, o único que tem enfrentado tais ataques, mas que não tem tido a capacidade de ultrapassar as suas limitações, até porque refém de contradições internas decorrentes da sua génese e dos compromissos existentes no seu seio. Também, o que não é negligenciável, de visões demasiado concentradas nas reivindicações de carácter económico.
Hoje, não se coloca no imediato o risco de um golpe fascista, que dê à burguesia a supremacia no comando do aparelho de estado, porque ela detêm-no e tem nas forças existentes na Assembleia da República que podem alterar todo o tecido constitucional a seu "bel prazer". A capacidade de resistência está num ponto demasiado baixo, estamos em claro refluxo, pesem as condições objectivas serem totalmente a favor do movimento operário e popular. A burguesia não precisa, por agora, do fascismo, para exercer a sua exploração, até porque a destruição interna da União Soviética, com todos os problemas, erros e desvios que possuia, retirou dos "olhos" do movimento operário e popular a existência do Socialismo em construção mesmo ao "nosso lado". Mas, se a burguesia não necessita "por agora" do fascismo, não se tenha qualquer dúvida de que não hesitará em recorrer a ele, seja na versão do "fascio" italiano, em que a pequena-burguesia teve um papel preponderante de tropa de choque contra o movimento operário e popular, seja na versão do golpe de estado ou ainda na da "democracia fortemente musculada", onde o que é permitido o é em circunstâncias que nunca se pode exercer, seja pelo medo instalado, seja mesmo pela perseguição e vigilância exercida pelas novas "pides".
É neste quadro que a actual situação vivida em Portugal se inscreve. E é igualmente neste quadro, infelizmente vivido à escala global, que se exercem as guerras comandadas pela burguesia ocidental, seja no passado na ex-Jugoslávia, seja hoje na Líbia, no Afeganistão, no Iraque ou em África, porque o desígnio imperial da burguesia hoje é transnacional e a luta que está a travar contra a China exerce-se em todos esses teatros de guerra para a afastar das fontes das matérias primas base para o seu desenvolvimento económico. Por enquanto, essa burguesia ocidental mantém-se em "jogos de guerra" indirectos, martirizando populações inteiras e destruindo paises, evitando um confronto aberto - as armas nucleares existem e a extinção da vida será sempre uma ameaça real. Quanto à China, esta não tem exércitos nem bases militares fora das suas fronteiras, ao invés das forças usaamericanas e dos seus lacaios europeus, mas continua a desenvolver a sua capacidade de defesa, o que já constitui um forte sinal de alarme, mas seguramente de dissuasão, para tal burgesia, a quem a sede do lucro raramente faz temer o pior, como já demonstrou ao longo da História. Só o medo da sua superação e da sua extinção enquanto classe detentora do poder, a faz perder o "norte"!
, está
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