O "nosso" primeiro afirmou alto e com bom som, logo replicado pela comunicação "sucial" da situação, que os Portugueses tinham que empobrecer. Na verdade, o que ele quis e quer dizer é que alguns Portugueses terão que empobrecer, não todos, o que aliás é fácil de comprovar. Como tem sido useiro e vezeiro em "pedir" o nosso esforço, leia-se a nossa perda de salários, etc, querendo significar que apenas nos vai "sacar" mais algo, sempre aos mesmos, sempre aos salários!
Mas, vamos lá por partes, que talvez se chegue a bom porto!
Em primeiro lugar, afirmo alto e em bom som que só pela força me farão participar no "esforço nacional" para tapar os buracos abertos pela corrupção, pelo compadrio, pelos roubos tipo BPP e BPN, pelo nepotismo e pelo enriquecimento de salafrários, entre os quais está muita da "nata" deste País. Para falar depressa e bem, quero que essa gente se f***. Mas sei que em verdade quem se tem f***** somos nós, os que apenas dependem da venda da sua força de trabalho e mais alguns que ainda acreditam que vale a pena produzir em Portugal. Por isso, não me peçam, que eu jamais darei. Só por imposição! Aliás, não será daí que vem o nome "imposto"?
Em segundo lugar, chega de falar por meias verdades, que o resto é sempre mentira. Quando Passos Coelho refere que "temos que empobrecer", não está seguramente a falar dos patrões que se vão aboletar com mais meia hora de trabalho escravo por dia, sem pagarem o que quer que seja mas lucrando aproximadamente 7.000 milhões de euros para os seus "empobrecidos bolsitos". Não está a falar da sobretaxa de imposto prevista no OE para 2012 e relativa às empresas com mais de 10 m€ de lucros, 187 milhões de uros em 11.350 milhões de cortes e aumentos de receita fiscal - corresponde a 1,65 % do total dos cortes e aumentos de receitas! E não está seguramente a falar dos milhões que se pagam aos "pobrezitos" das PPP! Então, está a falar de quem? De quem trabalhou ou trabalha por contra de outrem, isto é dos reformados e dos trabalhadores no ativo e apenas desses. Vejamos:
i)-Se um trabalhador ganha o ordenado mínimo nacional, quando lhe aumentarem o horário semanal das 40 horas para as 42,5 horas, estão a empobrecer quem? Obviamente a diminuir o salário real do trabalhador, pois a meia hora a mais deveria ser paga como extraordinária, logo mais cara que a hora normal, mas nem paga é! Logo, a empobrecer o trabalhador!
ii)-quanto aos trabalhadores do Estado, ao roubarem-lhes o 13º. e o 14º.mês, uma conquista que data do tempo desse vulto da nossa história recente e personagem das mais odiadas pela troupe do dinheiro fácil, o infelizmente falecido Vasco Gonçalves, o governo está a empobrecer quem? Os banqueiros, que se aboletam de grandes somas de dinheiro à custa de juros usurários? Mais uma vez, não, são os trabalhadores do Estado que assim perdem 14 % do seu rendimento, não o patronato, não os banqueiros, esses permanecem intocáveis ou não tenham os seus homens e mulheres de mão em tudo que é governo!
iii) E a Classe Média? Bom, classe média é um género de albergue espanhol onde cabe pelos vistos tudo o que trabalha por conta de outrem e ganha mais do que 485 euros ilíquidos por mês. A Classe Média não existe, nunca existiu e nunca existirá como uma classe social. Existem sim estratos médios, com rendimentos e posicionamentos bem diversos, mas que hoje estão "dispensados (até ver, até ver!!!!) de terem o seu papel histórico de barreira à revolução social. Os técnicos, os quadros superiores, porque cada vez em maior números e com menos empregos, "compram-se" cada vez por um valor mais baixo, isto é, podem cortar à vontade (até ver, meus caros governantes e patrões, que às vezes o "destino" prega partidas), que haverá sempre um disposto à maior das baixezas para arrecadar mais umas migalhitas!
Na verdade, estamos perante opções claras. Os partidos que assinaram o acordo com a troika são, em maior ou menos grau, os mesmos que conduziram Portugal a este beco. Sim, estamos num beco, do qual só sairemos se derrubarmos a parede que nos veda o acesso ao progresso, parede essa feita de homens e mulheres cujo único móbil foi e é o de servirem os seus donos, os senhores do dinheiro. Foram eles que deixaram e até contribuíram de forma ativa para a destruição da nossa indústria, das pescas, da agricultura, sem nada terem criado em alternativa. Estiveram-se nas tintas para os seus concidadãos, apenas lhes interessou o encher a bolsa, o seu e o dos seus amigos e apaniguados. Construir, só construíram o que desse dinheiro às grandes empresas da construção civil, venderam o país ao preço mais baixo, o dos salários de miséria para a esmagadora maioria da população trabalhadora. Aí, foram do mais competente que houve!
A terminar, também acho que precisamos de empobrecer, sem com isso dizer juntar mais uns quantos milhares aos mais de 2.000.000 de pobres que por cá temos. Temos é que sacar o dinheiro indevidamente ganho por gente corrupta, pelos ladrões, alguns dos quais andaram e/ou têm andado à frente dos destinos do País, pelos patrões que praticando ordenados de miséria não deixam de aumentar as suas fortunas e o seu património de forma escandalosa, regra geral depositando grossas quantias de dinheiro em paraísos fiscais, pelos patrões que têm descapitalizado as suas empresas, levando-as muitas vezes a falências fraudulentas, ao mesmo tempo que transferem fortunas para paraísos fiscais e negócios para outras paragens mais lucrativas, etc., etc. Façamos tal e ver-se-á que não serão necessários grandes sacrifícios por parte de quem vendeu e vende a sua força de trabalho, como única forma de encontrar a sobrevivência!
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
O Fascismo, a ditadura do capital e a NATO
Para os que já têm uma “idadezita” algo mais "volumosa" e estão razoavelmente informados, não é novidade que a NATO nunca patrocinou a democracia, ao contrário do que muito apregoam os seus apaniguados. Nem no passado, nem no presente, nem no futuro, fosse em Portugal, na Grécia, seja no Afeganistão ou na Líbia.
Se provas fossem necessárias, basta ver o papel que o Portugal fascista de Salazar e de Caetano nela desempenharam. Mas se mais provas fossem necessárias, poder-se-ia recorrer ao "exemplar" golpes dos "coronéis" na Grécia, às perseguições na Turquia e, não esquecendo, às ameaças que sob o nosso País dos tempos da Revolução, pairaram.
Democracia para esses apaniguados significa apenas e exclusivamente o poder do Capital exercer-se livremente, com a participação de partidos fantoches, que não representam interesses antagónicos, são pelo contrário faces de uma mesma ideia, a da perpetuação da exploração dos trabalhadores pelos patrões!
O que seria engraçado, se não se tratasse de uma tentativa grotesca e grosseira de manipulação da realidade, é a tentativa de escamotear os interesses económicos que sempre foram a verdadeira razão de ser de tais regimes. Chegam mesmo, aqui nesta nossa lusa Pátria, alguns académicos a discutir se o regime de Salazar e de Caetano era ou não fascista, como se desconhecessem a participação, em maior ou menos grau, da pequena burguesia nos aparelhos de massas, seja a Legião, a Mocidade Portuguesa ou a simples participação nas suas realizações de massas. E, o que ainda é mais demonstrador da vontade política de esconder os interesses económicos existentes, única razão de ser do fascismo, chegam mesmo que não era fascismo, era tão somente um regime duro, serôdio, parolo porque anti-cosmopolita.
Passando à frente e admitindo que não é a designação, por verdadeira total ou parcialmente, que importa. O que importa verdadeiramente é que Salazar e Caetano eram fieis lacaios dos interesses da grande burguesia nacional, eles apenas governaram para que as grandes famílias ligadas aos interesses industriais, bancários e agro-pecuários, fosse na localização geográfica desta Europa, fosse em África, roubassem mais e mais ao Povo, praticando uma exploração inaudita. Tudo a coberto da NATO, a tal que foi criada para defender a democracia, seguramente que a dos patrões industriais, banqueiros e latifundiários.
Passados 37 anos após o 25 de Abril, o que se observa é que são os mesmos patrões industriais, banqueiros e latifundiários a mandar em Portugal, “nomeando” à vez lacaios ora do PS, ora do PSD, ora do CDS para serem os salvadores do momento. Tal como no tempo do fascismo, só que agora com o simulacro de eleições, onde aparentemente todos estão em igualdade. O que não corresponde nem de perto nem de longe à verdade! Ou não é verdade que os comentadores são criteriosamente escolhidos para reproduzirem a “verdade conveniente”? Ou não é verdade que os “jornalistas” mais não fazem do que serem noticiadores dessas mesmas “verdades convenientes”? Ou não é verdade que aos debates é sempre afastada ou, quando tal não é possível por escandaloso” menorizada a presença de perspectivas antagónicas a essa “verdade conveniente”?
Escrevi há algum tempo que a burguesia não tem NESTE MOMENTO necessidade de recorrer ao fascismo ou à ditadura porque o movimento popular está em clara retracção, contínua a resistir mas não conseguiu ultrapassar o “gueto” em que se encontra. Enquanto a burguesia, com a sua panóplia de políticos, de professores catedráticos, de jornalistas, de comentadores, de padres e do aparelho repressivo conseguirem dominar com “suavidade” as reivindicações económicas e políticas do movimento popular, não existirá o risco de uma qualquer ditadura. Mas, à mais pequena dúvida, que ninguém se equivoque, saltará para a arena um qualquer Salazar, um qualquer Hitler, um qualquer fascista, com luvas de pelica ou não, e a repressão será sangrenta. Até porque a margem dessa mesma burguesia será cada vez mais estreita.
A não ser que nos ponham, todos felizes e contentes, a beber água canalizada, em que previamente diluíram pílulas da felicidade!
Ou até que a “populaça” lhes quebre os dentes e assim deixem de morder! Porque esse dia virá, mais cedo ou mais tarde!
Se provas fossem necessárias, basta ver o papel que o Portugal fascista de Salazar e de Caetano nela desempenharam. Mas se mais provas fossem necessárias, poder-se-ia recorrer ao "exemplar" golpes dos "coronéis" na Grécia, às perseguições na Turquia e, não esquecendo, às ameaças que sob o nosso País dos tempos da Revolução, pairaram.
Democracia para esses apaniguados significa apenas e exclusivamente o poder do Capital exercer-se livremente, com a participação de partidos fantoches, que não representam interesses antagónicos, são pelo contrário faces de uma mesma ideia, a da perpetuação da exploração dos trabalhadores pelos patrões!
O que seria engraçado, se não se tratasse de uma tentativa grotesca e grosseira de manipulação da realidade, é a tentativa de escamotear os interesses económicos que sempre foram a verdadeira razão de ser de tais regimes. Chegam mesmo, aqui nesta nossa lusa Pátria, alguns académicos a discutir se o regime de Salazar e de Caetano era ou não fascista, como se desconhecessem a participação, em maior ou menos grau, da pequena burguesia nos aparelhos de massas, seja a Legião, a Mocidade Portuguesa ou a simples participação nas suas realizações de massas. E, o que ainda é mais demonstrador da vontade política de esconder os interesses económicos existentes, única razão de ser do fascismo, chegam mesmo que não era fascismo, era tão somente um regime duro, serôdio, parolo porque anti-cosmopolita.
Passando à frente e admitindo que não é a designação, por verdadeira total ou parcialmente, que importa. O que importa verdadeiramente é que Salazar e Caetano eram fieis lacaios dos interesses da grande burguesia nacional, eles apenas governaram para que as grandes famílias ligadas aos interesses industriais, bancários e agro-pecuários, fosse na localização geográfica desta Europa, fosse em África, roubassem mais e mais ao Povo, praticando uma exploração inaudita. Tudo a coberto da NATO, a tal que foi criada para defender a democracia, seguramente que a dos patrões industriais, banqueiros e latifundiários.
Passados 37 anos após o 25 de Abril, o que se observa é que são os mesmos patrões industriais, banqueiros e latifundiários a mandar em Portugal, “nomeando” à vez lacaios ora do PS, ora do PSD, ora do CDS para serem os salvadores do momento. Tal como no tempo do fascismo, só que agora com o simulacro de eleições, onde aparentemente todos estão em igualdade. O que não corresponde nem de perto nem de longe à verdade! Ou não é verdade que os comentadores são criteriosamente escolhidos para reproduzirem a “verdade conveniente”? Ou não é verdade que os “jornalistas” mais não fazem do que serem noticiadores dessas mesmas “verdades convenientes”? Ou não é verdade que aos debates é sempre afastada ou, quando tal não é possível por escandaloso” menorizada a presença de perspectivas antagónicas a essa “verdade conveniente”?
Escrevi há algum tempo que a burguesia não tem NESTE MOMENTO necessidade de recorrer ao fascismo ou à ditadura porque o movimento popular está em clara retracção, contínua a resistir mas não conseguiu ultrapassar o “gueto” em que se encontra. Enquanto a burguesia, com a sua panóplia de políticos, de professores catedráticos, de jornalistas, de comentadores, de padres e do aparelho repressivo conseguirem dominar com “suavidade” as reivindicações económicas e políticas do movimento popular, não existirá o risco de uma qualquer ditadura. Mas, à mais pequena dúvida, que ninguém se equivoque, saltará para a arena um qualquer Salazar, um qualquer Hitler, um qualquer fascista, com luvas de pelica ou não, e a repressão será sangrenta. Até porque a margem dessa mesma burguesia será cada vez mais estreita.
A não ser que nos ponham, todos felizes e contentes, a beber água canalizada, em que previamente diluíram pílulas da felicidade!
Ou até que a “populaça” lhes quebre os dentes e assim deixem de morder! Porque esse dia virá, mais cedo ou mais tarde!
terça-feira, 9 de agosto de 2011
O PS, o Socialismo, o 25 de Abril, o PREC e o Capitalismo
Para quem, como eu, apanhou o fascismo em Portugal já na sua fase terminal, e militava nos movimentos estudantis, sabe perfeitamente bem que a Oposição existente e que dava o corpo ao manifesto era essencialmente constituída pelos militantes e apoiantes do Partido Comunista. A nível universitário, existiam alguns grupos da então chamada extrema-esquerda, sem qualquer implantação real fora das paredes das faculdades, os quais tinham não só uma boa implantação mas como eram muito activos na luta estudantil contra o colonialismo e o fascismo. Eram inexistentes quaisquer referências, seja nas universidades, seja fora delas ao que veio a constituir o PS a seguir ao 25 de Abril, a então ASP. Esta não efectuava qualquer trabalho, seja nas ruas, seja nas universidades, limitando-se os seus nomes mais sonantes a aparecer nos actos eleitorais de 1969 e de 1973 e a exílios mais ou menos dourados em diversas capitais europeias. É claro que existiam excepções, mas eram isso mesmo, excepções.
Com o golpe militar do 25 de Abril, logo transformado em revolução pelo Povo Português, todas essa gente chegou, desde os que viviam nos seus exílios dourados aos que lutavam na clandestinidade, passando pelos que desertaram do exército colonial. O que foi natural! Os que viviam nos seus exílios dourados, na sua esmagadora maioria militantes ou próximos do PS, começaram a participar com a "populaça" nas inúmeras iniciativas que tentavam arrasar a sociedade fascista em que vivíamos. Mas foi sol de pouca dura, pois rapidamente o medo a que o Povo quisesse o poder a sério, como dizia António Aleixo, rapidamente os fez cair no “lado certo” da barricada, afinal o lado onde já há muito tempo tinham caído, alguns deles mesmo desde o início da sua actividade política. E quando digo “desde cedo” foi logo a partir do momento que se aperceberam que a “maldita populaça” não se iria quere ficar pela mera mudança das “moscas”, queria mesmo ir mais longe! Desculpas, muitas, que o PC queria instaurar uma ditadura, etc., etc. Mas, se formos analisar os seus programas políticos e as suas afirmações, podemos verificar que esses senhores eram do mais radical que existia, sim, o socialismo é o caminho, que as nacionalizações já deviam ter sido feitas há muito, que a banca nacionalizada era um dos seu objectivos, que os ordenados deviam já ter subido mais, chegando-se ao ridículo do dirigente máximo do PSD, esse vulto do anti-fascismo de nome Emídio Guerreiro, afirmar que o seu partido era “marxista-leninista”, etc., etc. Cada qual se auto-designava como o mais revolucionário, o mais verdadeiro, aquele que iria conduzir o Povo à libertação da opressão!
Mas a realidade era outra e bem sinistra! A maioria deles, conluiados com pides e gentalha da extrema direita mais reaccionária, davam início ao maior período de ataques bombistas, incêndios de florestas, bombas em centros de trabalho de forças políticas de esquerda, carros de militantes de esquerda destruídos, tentativas de invasões de sedes partidárias de partidos de esquerda, assassínios tentados e alguns conseguidos, que se conheceu em Portugal. Gente importante do PS – refiro estes, pois continuam a afirmarem que “são de esquerda” tinha reuniões e contactos regulares e periódicos com os sectores fascistas, seja da Igreja Católica, seja do ELP/MDLP, seja das centrais de agitação e desestabilização dos países da Nato e dos respectivos serviços secretos, os quais operavam em Portugal com total à vontade! Sempre com Mário Soares à cabeça, bem acolitado pelo inefável e incansável Manuel Alegre!
Tudo fizeram, a tudo se dispuseram, para aniquilar o movimento popular, organizado seja em comissões de moradores, em comissões de trabalhadores, em comissões de soldados!
Mas tinham algum programa alternativo a oferecer a tais movimentos? Tinham, a sua extinção pura e simples, que isto da política é para gente culta e sabedora, ao Povo apenas se deixa que vote, o mais possível enquadrado, seja pela Igreja, seja pela Comunicação Social, seja pelo medo. Esse o verdadeiro programa alternativo da libertação que PS propunha de facto! O poder aos doutores, aos caciques, que estes estão muito bem informados e, sobretudo, sabem bem quais os interesses a defender!
Foi sempre assim! O PS de facto nunca foi mais do que uma organização ao serviço dos interesses da nova e velha burguesia. Velha, pois Mário Soares sempre viveu bem e sempre recebeu as prebendas do Grupo Mello, enquanto seu advogado, nomeadamente no exílio em S. Tomé, nova pois rapidamente deu cobertura a todo o novo-riquismo e à corrupção com que muitos engrandeceram o seu património. Papel que nunca largou.
Não está em causa o papel que muitos velhos dirigentes do PS tiveram na luta contra o fascismo, mesmo que só de cátedra! Eu mesmo tive como advogado Francisco Salgado Zenha, a defender-me num processo político em 1973. O que está em causa é que ser-se contra o fascismo, o que era positivo e constituiu a essência de muita gente, não significa que se seja pela libertação da opressão e da exploração. Nesse grupo de anti-fascistas, existia apenas o cimento da luta contra o regime, tudo o resto eram divergências, latentes ou não. Não eram anti-capitalistas, não eram contra a exploração do Homem pelo Homem, eram apenas contra o regime de Salazar e Caetano, alguns genuinamente por terem um espírito democrático, outros porque o regime fascista não permitia o “seu” desenvolvimento económico e, com isso, o seu enriquecimento!
Hoje, o PS em nada se diferencia da auto-designada direita, no que às questões económicas, políticas e sociais diz respeito. Tem um discurso diverso, pois a sua base eleitoral não é a mesma de um PSD ou dum CDS, mas a diferença fica-se aí, no discurso. Na prática, seja em Portugal ou nos outros países da EU, a social-democracia deixou de existir, o que não é pena alguma. Do ponto de vista filosófico, nada os distingue daqueles que se intitulam orgulhosamente de direita. Na política concreta e no que aos direitos liberdades e garantias diz respeito, para além da igualdade entre sexos, a sua acção tem-se caracterizado pelo ataque aos trabalhadores, fazendo pender claramente a favor dos patrões todo o quadro legal. Mesmo no que às liberdades diz respeito, o papel dos trabalhistas ingleses na sua miserável acção na Jugoslávia, no Iraque e no Afeganistão, a miserável atitude do PSOE na corrupção e no terrorismo de estado contra os independentistas bascos, o papel que o “nosso” PS teve desde o primeiro governo constitucional na recuperação do poder económico por parte das famílias que eram o sustentáculo e os principais beneficiários do regime fascista e colonialista de Salazar e Caetano e em várias das guerras imperialistas lançadas pelos usamericanos, inserem-se num fio condutor de gente que não traiu porque nunca esteve do lado da luta contra a opressão patronal e a exploração capitalista. Ontem, como hoje, quando votam a favor que os Portugueses entreguem à banca 47.000 milhões de euros, que todos vamos pagar, para que os seus amigos e apaniguados accionistas encham mais os bolsos e não se esqueçam deles, quando “amanhã perderem umas eleiçoizitas” e, com isso, os tachos!
O desplante com que atacam tudo o que lhes cheira a Abril do Povo e, de sorriso nos lábios e olhar cândido, se afirmam serem de esquerda, daria vontade de rir, não fora o destino perverso a que conduziram e conduzem o País – um local sem esperança para as novas gerações, a terem trabalho, quando o conseguem, mal pago, sem direitos, sem mais regalias que a da sobreviverem para amanhã poderem continuar a serem explorados, tudo para que os seus donos amealhem mais lucros, comprem mais carros de luxo, corrompam mais, pervertam tudo em que tocam! Sim, esse foi, é e será o objectivo de tão distintos “socialistas/sociais-democratas”, o de nos conduzirem ao redil!
Até que a “populaça” lhes quebre os dentes e as fuças!
Bibliografia: É muito variada e de sectores tão distintos, desde Paradela de Abreu, homem totalmente emaranhado com os pides e demais fascistas ao tempo do PREC, para além dos “cónegos Melo” e demais reaccionários, ao próprio Mário Soares, indo até Eduardo Dâmaso, Álvaro Cunhal e a João Varela Gomes. E muitos mais autores se poderão consultar e incluir. Interessante é o livro de Pedro Ramos de Almeida, “O Dicionário Político de Mário Soares” ou de como é mais fácil apanhar um mentiroso de que um coxo!
Com o golpe militar do 25 de Abril, logo transformado em revolução pelo Povo Português, todas essa gente chegou, desde os que viviam nos seus exílios dourados aos que lutavam na clandestinidade, passando pelos que desertaram do exército colonial. O que foi natural! Os que viviam nos seus exílios dourados, na sua esmagadora maioria militantes ou próximos do PS, começaram a participar com a "populaça" nas inúmeras iniciativas que tentavam arrasar a sociedade fascista em que vivíamos. Mas foi sol de pouca dura, pois rapidamente o medo a que o Povo quisesse o poder a sério, como dizia António Aleixo, rapidamente os fez cair no “lado certo” da barricada, afinal o lado onde já há muito tempo tinham caído, alguns deles mesmo desde o início da sua actividade política. E quando digo “desde cedo” foi logo a partir do momento que se aperceberam que a “maldita populaça” não se iria quere ficar pela mera mudança das “moscas”, queria mesmo ir mais longe! Desculpas, muitas, que o PC queria instaurar uma ditadura, etc., etc. Mas, se formos analisar os seus programas políticos e as suas afirmações, podemos verificar que esses senhores eram do mais radical que existia, sim, o socialismo é o caminho, que as nacionalizações já deviam ter sido feitas há muito, que a banca nacionalizada era um dos seu objectivos, que os ordenados deviam já ter subido mais, chegando-se ao ridículo do dirigente máximo do PSD, esse vulto do anti-fascismo de nome Emídio Guerreiro, afirmar que o seu partido era “marxista-leninista”, etc., etc. Cada qual se auto-designava como o mais revolucionário, o mais verdadeiro, aquele que iria conduzir o Povo à libertação da opressão!
Mas a realidade era outra e bem sinistra! A maioria deles, conluiados com pides e gentalha da extrema direita mais reaccionária, davam início ao maior período de ataques bombistas, incêndios de florestas, bombas em centros de trabalho de forças políticas de esquerda, carros de militantes de esquerda destruídos, tentativas de invasões de sedes partidárias de partidos de esquerda, assassínios tentados e alguns conseguidos, que se conheceu em Portugal. Gente importante do PS – refiro estes, pois continuam a afirmarem que “são de esquerda” tinha reuniões e contactos regulares e periódicos com os sectores fascistas, seja da Igreja Católica, seja do ELP/MDLP, seja das centrais de agitação e desestabilização dos países da Nato e dos respectivos serviços secretos, os quais operavam em Portugal com total à vontade! Sempre com Mário Soares à cabeça, bem acolitado pelo inefável e incansável Manuel Alegre!
Tudo fizeram, a tudo se dispuseram, para aniquilar o movimento popular, organizado seja em comissões de moradores, em comissões de trabalhadores, em comissões de soldados!
Mas tinham algum programa alternativo a oferecer a tais movimentos? Tinham, a sua extinção pura e simples, que isto da política é para gente culta e sabedora, ao Povo apenas se deixa que vote, o mais possível enquadrado, seja pela Igreja, seja pela Comunicação Social, seja pelo medo. Esse o verdadeiro programa alternativo da libertação que PS propunha de facto! O poder aos doutores, aos caciques, que estes estão muito bem informados e, sobretudo, sabem bem quais os interesses a defender!
Foi sempre assim! O PS de facto nunca foi mais do que uma organização ao serviço dos interesses da nova e velha burguesia. Velha, pois Mário Soares sempre viveu bem e sempre recebeu as prebendas do Grupo Mello, enquanto seu advogado, nomeadamente no exílio em S. Tomé, nova pois rapidamente deu cobertura a todo o novo-riquismo e à corrupção com que muitos engrandeceram o seu património. Papel que nunca largou.
Não está em causa o papel que muitos velhos dirigentes do PS tiveram na luta contra o fascismo, mesmo que só de cátedra! Eu mesmo tive como advogado Francisco Salgado Zenha, a defender-me num processo político em 1973. O que está em causa é que ser-se contra o fascismo, o que era positivo e constituiu a essência de muita gente, não significa que se seja pela libertação da opressão e da exploração. Nesse grupo de anti-fascistas, existia apenas o cimento da luta contra o regime, tudo o resto eram divergências, latentes ou não. Não eram anti-capitalistas, não eram contra a exploração do Homem pelo Homem, eram apenas contra o regime de Salazar e Caetano, alguns genuinamente por terem um espírito democrático, outros porque o regime fascista não permitia o “seu” desenvolvimento económico e, com isso, o seu enriquecimento!
Hoje, o PS em nada se diferencia da auto-designada direita, no que às questões económicas, políticas e sociais diz respeito. Tem um discurso diverso, pois a sua base eleitoral não é a mesma de um PSD ou dum CDS, mas a diferença fica-se aí, no discurso. Na prática, seja em Portugal ou nos outros países da EU, a social-democracia deixou de existir, o que não é pena alguma. Do ponto de vista filosófico, nada os distingue daqueles que se intitulam orgulhosamente de direita. Na política concreta e no que aos direitos liberdades e garantias diz respeito, para além da igualdade entre sexos, a sua acção tem-se caracterizado pelo ataque aos trabalhadores, fazendo pender claramente a favor dos patrões todo o quadro legal. Mesmo no que às liberdades diz respeito, o papel dos trabalhistas ingleses na sua miserável acção na Jugoslávia, no Iraque e no Afeganistão, a miserável atitude do PSOE na corrupção e no terrorismo de estado contra os independentistas bascos, o papel que o “nosso” PS teve desde o primeiro governo constitucional na recuperação do poder económico por parte das famílias que eram o sustentáculo e os principais beneficiários do regime fascista e colonialista de Salazar e Caetano e em várias das guerras imperialistas lançadas pelos usamericanos, inserem-se num fio condutor de gente que não traiu porque nunca esteve do lado da luta contra a opressão patronal e a exploração capitalista. Ontem, como hoje, quando votam a favor que os Portugueses entreguem à banca 47.000 milhões de euros, que todos vamos pagar, para que os seus amigos e apaniguados accionistas encham mais os bolsos e não se esqueçam deles, quando “amanhã perderem umas eleiçoizitas” e, com isso, os tachos!
O desplante com que atacam tudo o que lhes cheira a Abril do Povo e, de sorriso nos lábios e olhar cândido, se afirmam serem de esquerda, daria vontade de rir, não fora o destino perverso a que conduziram e conduzem o País – um local sem esperança para as novas gerações, a terem trabalho, quando o conseguem, mal pago, sem direitos, sem mais regalias que a da sobreviverem para amanhã poderem continuar a serem explorados, tudo para que os seus donos amealhem mais lucros, comprem mais carros de luxo, corrompam mais, pervertam tudo em que tocam! Sim, esse foi, é e será o objectivo de tão distintos “socialistas/sociais-democratas”, o de nos conduzirem ao redil!
Até que a “populaça” lhes quebre os dentes e as fuças!
Bibliografia: É muito variada e de sectores tão distintos, desde Paradela de Abreu, homem totalmente emaranhado com os pides e demais fascistas ao tempo do PREC, para além dos “cónegos Melo” e demais reaccionários, ao próprio Mário Soares, indo até Eduardo Dâmaso, Álvaro Cunhal e a João Varela Gomes. E muitos mais autores se poderão consultar e incluir. Interessante é o livro de Pedro Ramos de Almeida, “O Dicionário Político de Mário Soares” ou de como é mais fácil apanhar um mentiroso de que um coxo!
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
UM REGRESSO EM JEITO DE SUMÁRIO
O Mundo confronta-se hoje com um dos mais violentos ataques contra os direitos laborais, que passa pelos salários, pela dignidade dos trabalhadores, mas sobretudo pelo desmantelamento da capacidade de resposta que o movimento operário ainda consiga ter.
Todos as armas, todos os "pensadores oficiais", todos os professores catedráticos do sistema , toda esta "boa gente" paga a bom preço, de tudo se tem servido a burguesia - os banqueiros, os industriais, os comerciantes das cadeias de distribuição, para aumentar a sua taxa de lucro, a exploração que exerce a coberto do poder que detém no aparelho de Estado sobre os trabalhadores e sobre as camadas de micro, pequenos e médios patrões, estes também alvo da violenta concentração capitalista.
Perante este quadro, o movimento sindical demonstra a sua debilidade, seja pela existeência de sindicatos directamente dependentes dessa mesma burguesia, via dirigentes politicamente corruptos, verdadeiros lacaios do capital, mas também pela violenta desestruturação industrial e pela perseguição nos locais de trabalho aos sindicalizados. Acresce a este quadro, as debilidades do movimento sindical unitário, o único que tem enfrentado tais ataques, mas que não tem tido a capacidade de ultrapassar as suas limitações, até porque refém de contradições internas decorrentes da sua génese e dos compromissos existentes no seu seio. Também, o que não é negligenciável, de visões demasiado concentradas nas reivindicações de carácter económico.
Hoje, não se coloca no imediato o risco de um golpe fascista, que dê à burguesia a supremacia no comando do aparelho de estado, porque ela detêm-no e tem nas forças existentes na Assembleia da República que podem alterar todo o tecido constitucional a seu "bel prazer". A capacidade de resistência está num ponto demasiado baixo, estamos em claro refluxo, pesem as condições objectivas serem totalmente a favor do movimento operário e popular. A burguesia não precisa, por agora, do fascismo, para exercer a sua exploração, até porque a destruição interna da União Soviética, com todos os problemas, erros e desvios que possuia, retirou dos "olhos" do movimento operário e popular a existência do Socialismo em construção mesmo ao "nosso lado". Mas, se a burguesia não necessita "por agora" do fascismo, não se tenha qualquer dúvida de que não hesitará em recorrer a ele, seja na versão do "fascio" italiano, em que a pequena-burguesia teve um papel preponderante de tropa de choque contra o movimento operário e popular, seja na versão do golpe de estado ou ainda na da "democracia fortemente musculada", onde o que é permitido o é em circunstâncias que nunca se pode exercer, seja pelo medo instalado, seja mesmo pela perseguição e vigilância exercida pelas novas "pides".
É neste quadro que a actual situação vivida em Portugal se inscreve. E é igualmente neste quadro, infelizmente vivido à escala global, que se exercem as guerras comandadas pela burguesia ocidental, seja no passado na ex-Jugoslávia, seja hoje na Líbia, no Afeganistão, no Iraque ou em África, porque o desígnio imperial da burguesia hoje é transnacional e a luta que está a travar contra a China exerce-se em todos esses teatros de guerra para a afastar das fontes das matérias primas base para o seu desenvolvimento económico. Por enquanto, essa burguesia ocidental mantém-se em "jogos de guerra" indirectos, martirizando populações inteiras e destruindo paises, evitando um confronto aberto - as armas nucleares existem e a extinção da vida será sempre uma ameaça real. Quanto à China, esta não tem exércitos nem bases militares fora das suas fronteiras, ao invés das forças usaamericanas e dos seus lacaios europeus, mas continua a desenvolver a sua capacidade de defesa, o que já constitui um forte sinal de alarme, mas seguramente de dissuasão, para tal burgesia, a quem a sede do lucro raramente faz temer o pior, como já demonstrou ao longo da História. Só o medo da sua superação e da sua extinção enquanto classe detentora do poder, a faz perder o "norte"!
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O Mundo confronta-se hoje com um dos mais violentos ataques contra os direitos laborais, que passa pelos salários, pela dignidade dos trabalhadores, mas sobretudo pelo desmantelamento da capacidade de resposta que o movimento operário ainda consiga ter.
Todos as armas, todos os "pensadores oficiais", todos os professores catedráticos do sistema , toda esta "boa gente" paga a bom preço, de tudo se tem servido a burguesia - os banqueiros, os industriais, os comerciantes das cadeias de distribuição, para aumentar a sua taxa de lucro, a exploração que exerce a coberto do poder que detém no aparelho de Estado sobre os trabalhadores e sobre as camadas de micro, pequenos e médios patrões, estes também alvo da violenta concentração capitalista.
Perante este quadro, o movimento sindical demonstra a sua debilidade, seja pela existeência de sindicatos directamente dependentes dessa mesma burguesia, via dirigentes politicamente corruptos, verdadeiros lacaios do capital, mas também pela violenta desestruturação industrial e pela perseguição nos locais de trabalho aos sindicalizados. Acresce a este quadro, as debilidades do movimento sindical unitário, o único que tem enfrentado tais ataques, mas que não tem tido a capacidade de ultrapassar as suas limitações, até porque refém de contradições internas decorrentes da sua génese e dos compromissos existentes no seu seio. Também, o que não é negligenciável, de visões demasiado concentradas nas reivindicações de carácter económico.
Hoje, não se coloca no imediato o risco de um golpe fascista, que dê à burguesia a supremacia no comando do aparelho de estado, porque ela detêm-no e tem nas forças existentes na Assembleia da República que podem alterar todo o tecido constitucional a seu "bel prazer". A capacidade de resistência está num ponto demasiado baixo, estamos em claro refluxo, pesem as condições objectivas serem totalmente a favor do movimento operário e popular. A burguesia não precisa, por agora, do fascismo, para exercer a sua exploração, até porque a destruição interna da União Soviética, com todos os problemas, erros e desvios que possuia, retirou dos "olhos" do movimento operário e popular a existência do Socialismo em construção mesmo ao "nosso lado". Mas, se a burguesia não necessita "por agora" do fascismo, não se tenha qualquer dúvida de que não hesitará em recorrer a ele, seja na versão do "fascio" italiano, em que a pequena-burguesia teve um papel preponderante de tropa de choque contra o movimento operário e popular, seja na versão do golpe de estado ou ainda na da "democracia fortemente musculada", onde o que é permitido o é em circunstâncias que nunca se pode exercer, seja pelo medo instalado, seja mesmo pela perseguição e vigilância exercida pelas novas "pides".
É neste quadro que a actual situação vivida em Portugal se inscreve. E é igualmente neste quadro, infelizmente vivido à escala global, que se exercem as guerras comandadas pela burguesia ocidental, seja no passado na ex-Jugoslávia, seja hoje na Líbia, no Afeganistão, no Iraque ou em África, porque o desígnio imperial da burguesia hoje é transnacional e a luta que está a travar contra a China exerce-se em todos esses teatros de guerra para a afastar das fontes das matérias primas base para o seu desenvolvimento económico. Por enquanto, essa burguesia ocidental mantém-se em "jogos de guerra" indirectos, martirizando populações inteiras e destruindo paises, evitando um confronto aberto - as armas nucleares existem e a extinção da vida será sempre uma ameaça real. Quanto à China, esta não tem exércitos nem bases militares fora das suas fronteiras, ao invés das forças usaamericanas e dos seus lacaios europeus, mas continua a desenvolver a sua capacidade de defesa, o que já constitui um forte sinal de alarme, mas seguramente de dissuasão, para tal burgesia, a quem a sede do lucro raramente faz temer o pior, como já demonstrou ao longo da História. Só o medo da sua superação e da sua extinção enquanto classe detentora do poder, a faz perder o "norte"!
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quarta-feira, 25 de maio de 2011
A Comunicação Social e a forma de "vender" conceitos ideológicos reaccionários
A TSF tem andado a colocar algumas perguntas aos candidatos a primeiro-ministro. Uma das que foram colocadas referia-se ao eventual limite ao investimento público e à carga que tal traria sobre as gerações futuras.
Antes de tecer considerações sobre o investimento público, se sim, se não, em que condições, etc, não posso deixar passar mais uma tentativa, a meu ver totalmente criminosa e que levaria à guerra geracional se não frontalmente combatida, que é a da carga que o investimento público traria ou trará sobre as gerações futuras, as dos nossos filhos e netos.
Qual é o investimento que nunca é pago TAMMBÉM pelas gerações futuras? Apenas o que se traduz em bens transaccionáveis e de curto prazo, todos os outros serão pagos por diversas gerações. Quer se trate de um hospital, de uma universidade, de um porto, de uma linha férrea, todos são construídos para durarem o tempo de mais de uma geração. Usufruirão deles não só as gerações actuais como as futuras. Daí ser totalmente “estúpida” a colocação da questão nos termos em que o é. Tal como nós, a geração que hoje anda pelos 60 anos, pagou e paga investimentos feitos nos tempos dos nossos pais, assim os nossos filhos deverão pagar investimentos feitos hoje, e os seus filhos pagarão investimentos feitos daqui a 10, 20 anos. E tal só não aconteceria se tais investimentos o fossem na regra do curto prazo. Mas, haverá algum governante que construa um hospital a pensar que ele só durará 10, 20 anos? Não. Bastará lembrar os hospitais universitários, como o de Santa Maria, em Lisboa, construído há mais de 50 anos. Quantas gerações?
Mas considerar como meramente "estupidez" a utilização de tal argumentário e não ver o essencial, que é o da instilação de uma determinada ideologia, onde se "prega" o cada um por si, logo o "eu contra os outros"! Eis a verdadeira razão!
Quanto à pergunta, na essência existem 2 pontos de vista:
-o primeiro, partilhado pelos defensores do capitalismo puro e duro, seja na versão liberal do "quero, posso e mando" patronal, defendida por Pedro Passos Coelho e por Paulo Postas, sem esquecer a versão delicodoce da actual e anteriores direcções do PS, em que ao Estado apenas reservam o papel de espectador de facto, por muitas entidades reguladoras criadas. Para esse grupo, aparentemente algo heterogéneo, o investimento público deve ser limitado, com a variante da limitação desaparecer quando se trate de transferir dinheiro do estado para os grupos económicas, como é o caso das afamadas Parcerias Público-Privados, iniciadas por Cavaco Silva no tempo da construção da Ponte Vasco da Gama e levadas à exaustão pela direcção de Socrates, não esquecendo Durões e Portas, mais os seus submarinos, helicópteros e sistemas de comunicações.
-o segundo é partilhado pelos defensores do socialismo e da participação do Estado na vida económica via empresas estatais nos sectores considerados estratégicos - banca comercial, telecomunicações, energia, transportes, siderurgia, etc. Estes não vêem o limite a não ser o do interesse estratégico de cada projecto concreto para a população, não ignorando a capacidade ou não de o pagar. Cada hospital, cada escola, cada troço de ferrovia, cada barragem, são julgados em primeiro lugar pelo interesse estratégico para a comunidade nacional, não se podendo nem se devendo ignorar impactos em países vizinhos. Depois, ou existe a capacidade de o pagar no tempo de vida útil ou ter-se-á que reequacioná-lo, podendo a decisão ser de adiar ou mesmo de não efectuar tal investimento.
Se analisássemos apenas a capacidade de pagar cada investimento no tempo de vida da geração que o construiu, quantos hospitais, quantas escolas, quantas estradas teriam ficado por construir, com o inevitável mau serviço prestado às populações servidas? Ou será que apenas pretendem atirar netos contra avós e filhos contra pais? Para daí tirarem dividendos no curto prazo, com votações contra quem defendo o investimento público estratégico? Ou a médio prazo, para prepararem tais "jovens de hoje" para um modelo social tipo usamericano, em que largos milhões de cidadãos não têm acesso à saúde, ao ensino e à reforma após uma vida de trabalho, tudo a bem da saúde da economia dos ..... banquerios e demais parasitas sociais?
A TSF tem andado a colocar algumas perguntas aos candidatos a primeiro-ministro. Uma das que foram colocadas referia-se ao eventual limite ao investimento público e à carga que tal traria sobre as gerações futuras.
Antes de tecer considerações sobre o investimento público, se sim, se não, em que condições, etc, não posso deixar passar mais uma tentativa, a meu ver totalmente criminosa e que levaria à guerra geracional se não frontalmente combatida, que é a da carga que o investimento público traria ou trará sobre as gerações futuras, as dos nossos filhos e netos.
Qual é o investimento que nunca é pago TAMMBÉM pelas gerações futuras? Apenas o que se traduz em bens transaccionáveis e de curto prazo, todos os outros serão pagos por diversas gerações. Quer se trate de um hospital, de uma universidade, de um porto, de uma linha férrea, todos são construídos para durarem o tempo de mais de uma geração. Usufruirão deles não só as gerações actuais como as futuras. Daí ser totalmente “estúpida” a colocação da questão nos termos em que o é. Tal como nós, a geração que hoje anda pelos 60 anos, pagou e paga investimentos feitos nos tempos dos nossos pais, assim os nossos filhos deverão pagar investimentos feitos hoje, e os seus filhos pagarão investimentos feitos daqui a 10, 20 anos. E tal só não aconteceria se tais investimentos o fossem na regra do curto prazo. Mas, haverá algum governante que construa um hospital a pensar que ele só durará 10, 20 anos? Não. Bastará lembrar os hospitais universitários, como o de Santa Maria, em Lisboa, construído há mais de 50 anos. Quantas gerações?
Mas considerar como meramente "estupidez" a utilização de tal argumentário e não ver o essencial, que é o da instilação de uma determinada ideologia, onde se "prega" o cada um por si, logo o "eu contra os outros"! Eis a verdadeira razão!
Quanto à pergunta, na essência existem 2 pontos de vista:
-o primeiro, partilhado pelos defensores do capitalismo puro e duro, seja na versão liberal do "quero, posso e mando" patronal, defendida por Pedro Passos Coelho e por Paulo Postas, sem esquecer a versão delicodoce da actual e anteriores direcções do PS, em que ao Estado apenas reservam o papel de espectador de facto, por muitas entidades reguladoras criadas. Para esse grupo, aparentemente algo heterogéneo, o investimento público deve ser limitado, com a variante da limitação desaparecer quando se trate de transferir dinheiro do estado para os grupos económicas, como é o caso das afamadas Parcerias Público-Privados, iniciadas por Cavaco Silva no tempo da construção da Ponte Vasco da Gama e levadas à exaustão pela direcção de Socrates, não esquecendo Durões e Portas, mais os seus submarinos, helicópteros e sistemas de comunicações.
-o segundo é partilhado pelos defensores do socialismo e da participação do Estado na vida económica via empresas estatais nos sectores considerados estratégicos - banca comercial, telecomunicações, energia, transportes, siderurgia, etc. Estes não vêem o limite a não ser o do interesse estratégico de cada projecto concreto para a população, não ignorando a capacidade ou não de o pagar. Cada hospital, cada escola, cada troço de ferrovia, cada barragem, são julgados em primeiro lugar pelo interesse estratégico para a comunidade nacional, não se podendo nem se devendo ignorar impactos em países vizinhos. Depois, ou existe a capacidade de o pagar no tempo de vida útil ou ter-se-á que reequacioná-lo, podendo a decisão ser de adiar ou mesmo de não efectuar tal investimento.
Se analisássemos apenas a capacidade de pagar cada investimento no tempo de vida da geração que o construiu, quantos hospitais, quantas escolas, quantas estradas teriam ficado por construir, com o inevitável mau serviço prestado às populações servidas? Ou será que apenas pretendem atirar netos contra avós e filhos contra pais? Para daí tirarem dividendos no curto prazo, com votações contra quem defendo o investimento público estratégico? Ou a médio prazo, para prepararem tais "jovens de hoje" para um modelo social tipo usamericano, em que largos milhões de cidadãos não têm acesso à saúde, ao ensino e à reforma após uma vida de trabalho, tudo a bem da saúde da economia dos ..... banquerios e demais parasitas sociais?
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